o blog mais pesado

Xplore The Classic - 50 anos de Black Sabbath


Celebramos hoje 50 anos de Black Sabbath, não estamos a falar de uma banda, mas sim de uma instituição, não estamos a falar de um álbum, mas sim daquela que é considerada a matriz do Heavy Metal e o primeiro álbum do género a que se lhe sucedeu tudo o que ouvimos e amamos até hoje. 
Editado a 13 de Fevereiro de 1970 o primeiro álbum dos britânicos é não só um marco na história do Heavy Metal, mas da música em geral.
Este é o álbum que marca o início de tudo o que conhecemos enquanto música pesada e por essa mesma razão, o Not'Abaixo não podia deixar passar este aniversário em claro e hoje vamos revisitar as origens, debruçando-nos sobre as 8 músicas que compõem esta obra-prima.


"Black Sabbath" é a música que abre o álbum e entre a chuva, trovões e sinos ouvimos os primeiros riffs e toques de bateria iniciais que acompanham as famosas palavras desta primeira música, "What Is This That Stands Before Me?".
Com uma sonoridade que hoje em dia podemos categorizar como Doom Metal, em 1970 os Black Sabbath eram simplesmente mais pesados do que tudo o que se estava a fazer na altura e isso ajudou a cimentar o legado que hoje têm e pelo qual são venerados. Após esta primeira parte da música vamos tendo um crescendo acompanhado das fantásticas linhas de baixo de Geezer Butler. 


Segue-se "The Wizard" com uma identidade muito mais progressiva conta com uma introdução de harmónica que acompanha e dá melodia a toda a música. 
Esta é uma música com muito mais influências de Jazz do que a primeira e o seu ritmo oscilante faz-nos querer "abanar o capacete" e é bem possível que à altura do lançamento deste álbum tenha sido responsável pelos primeiros headbangs de muito boa gente. 

"Behind The Wall Of Sleep" transporta-nos para uma outra dimensão no meio de riffs absolutamente psicadélicos e que nos fazem viajar para um lado mais negro da música nunca antes explorado até então...

Essa viagem continua com "N.I.B" que tem uma ligação com a música anterior apesar da disjunção que sentimos nalgumas das músicas deste álbum, mas que é propositada, pois era assim que os Black Sabbath queriam que o álbum fosse feito. 
O solo de Tony Iommi nesta música é simplesmente perfeito tal como tudo o que o que o guitarrista compôs ao longo da sua carreira e tem resistido ao teste do tempo tornando-se num absoluto clássico da banda. Passado todos estes anos este é ainda considerado um dos grandes êxitos da banda e isso só comprova a genialidade e impacto da banda de Birmingham. 


"Evil Woman" pode ou não ter uma ligação directa com a figura feminina que se encontra na capa do álbum, mas o que é certo é que muda um pouco o ritmo em relação às anteriores, com uma grande presença de baixo e um ritmo mais calmo e Rock'N'Roll do que tudo o que ouvimos até então cativa-nos pelo refrão que cantado por Ozzy Osbourne não deixa nenhum Metalhead indiferente. 
Já em 1970 o vocalista mostrava uma grande presença e era sem dúvida não somente o vocalista mas sim a cara dos Black Sabbath. Apesar dos anos com o ícone Ronnie James Dio fazerem parte da história da banda e terem um incrível impacto na história da banda são os álbuns com a presença de Ozzy Osbourne os mais acarinhados pelos fãs e ao ouvirmos músicas como esta percebemos o porquê.

"Sleeping Village" volta a mudar novamente o ritmo do álbum para uma sonoridade mais acústica, sombria, lenta e ímpar, mas que rapidamente oscila para uns fantásticos riffs de guitarra bastante orelhudos acompanhados de uma fantástica percursão na bateria pelo incrível Bill Ward que brilha com elementos bem Jazzy que se aliam ao frenético destilar de riffs de Tony Iommy numa comunhão simbiótica instrumental que eu categorizo como perfeita.

"Warning" e "Wicked World" encerram este fantástico álbum e só me fazem reforçar o que tenho dito ao longo de toda esta review, este não é somente um álbum é um marco na história da música e sem dúvida uma reliquia que teve uma importância estrondosa na história do Heavy Metal. 
Os Black Sabbath terminaram para mal dos nossos pecados já não vão haver mais concertos, mas uma coisa é certa os seus álbuns serão eternamente relembrados por gerações vindouras pelo seu impacto intemporal e o seu legado esse durará para sempre e pensar que tudo começou aqui...
Por todas estas razões e mais alguma a minha nota final só poderia ser uma...