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Final Veredictum: Reditum - Dogma (Portuguese)

English version: http://notabaixo.blogspot.pt/2018/01/final-veredictum-reditum-dogma-english.html
Começo a achar que Portugal tem uma aura gótica fantástica.



Ainda esta semana fiz um Final Veredictum de uma banda portuguesa de Gothic/Doom Metal. Hoje estou aqui para fazer de outra. 
Desta vez é Dogma, uma banda de 1996 (são mais antigos como banda que eu). Mas depois de um hiato de 20 anos, lá decidiram voltar e gravar o primeiro album, Reditum, que foi lançado no ano passado.
Uma coisa que, desde já, mostra audácia da banda é que eles cantam na lingua de Camões e Pessoa, entoando um clima mais luso e efervescente. 
Mas será que merecem ser comparadas a Bizarra Locomotiva ou Moonspell por também cantarem em português?

Ouçam aqui o álbum:



1. A...Rosa:

É uma música com o intro, duas faixas. Boa ideia se quisermos ir direitos ao "bem-bom". Se bem que o intro é necessário para criar o ambiente para se ouvir Rosa sem acharmos esquisito ou confuso.
Ouvimos então Isabel Cristina a cantar de uma forma graciosa, quase como uma "Goth Queen", o que parece um poema retirado de um qualquer grande poeta da segunda metade do século 16. 
Uma música gótica, nada a acrescentar. Temos poder demais para lhe chamar Doom Metal, está mais para Gothic mesmo. Temos uma progressão com a adição da segunda voz por parte de Gonçalo Nascimento que é mais rasgada e mais metal! 

2. Esperma de Lava: 

Não esperava ouvir aqui o que ouvi. Esta música começa como um genérico Heavy Metal, aliás, esta música está mais para Quinteto Explosivo do que outra coisa. 
Não consigo levar esta letra a sério, percebo a mensagem que tentam lançar mas a letra é horrível. 
No entanto, ouve-se perfeitamente bem, se tiverem um amigo que não entende boi de português.


Eles vinham-se (x3), 
Sim, eles vinham-se na tua boca.



3.Reditum: 

Décima e última faixa do álbum. Fez-me lembrar Myrkur. Folk bastante suave até quase meio da faixa.
Termina, no entanto com uma  balada de Gothic Metal. Não é nada do outro mundo, lá para o final o vocalista decide matar as cordas vocais e aqui percebemos que Reditum não é um álbum conceptual, mas um álbum ambiental. 
Provoca um determinado tipo de ambiente e invoca um estado de espírito que dispensa mordomias, é isto e pronto.








Não é virtuoso, mas é diferente. Bebe de um som próprio e acho que, daqui a uns tempos, teremos Dogma a abrir para grandes nomes do Epic Metal mundial, não é um futuro tão distante ou impossível assim. 
Com um som perto de uns Myrkur, Epica ou Evanescence, Dogma entrega o selo luso ao que de melhor se forma em relação a Epic/Gothic Metal. 
No entanto, procurava um som mais a tender para Gothic/Doom Metal que foi abalado, em parte, devido à adição da voz feminina que é um elemento mais épico e menos visceral, algo que não encontram aqui. Sentimentos como o amor e o arrependimento são maximizados a uma escala épica como que uma epopeia neste álbum dos Dogma que prova que o Gothic Metal também pode ser feito em português. 
Apresentam algo novo mas não me pareceu polido o suficiente. Espero novidades dos Dogma em breve.


Para mais Final Veredictum e assim coisas giras em relação ao Metal em Portugal e não só, sigam a página do Facebook e proponham que álbum devo fazer a review a seguir. Stay Metal!