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Final Veredictum "Codex Omega" - SepticFlesh

      
               Começo o meu novo percurso neste blog com uma review de uma das minhas bandas favoritas, SepticFlesh.

                Apareceram em Atenas no ano de 1990 pelas mãos de Siro Anton, o vocalista. Desde então, a banda Grega atingiu o seu lugar como uma das mais proeminentes da actualidade, combinando Death Metal, Black Metal e Arranjos Sinfónicos. Da discografia fazem parte álbuns icónicos, como: “The Great Mass”, “Titan” ou “Communion”.


                No entanto para esta review, venho falar do último álbum de estúdio da banda intitulado de “Codex Omega”. Lançado em 2017 pela editora “Season of Mist” o álbum é composto por dez faixas! Nele podemos ver o esplendor da composição da Sinfonia misturado com a brutalidade e profundidade das Guitarras. Mais uma vez podemos dizer e jurar que o Heavy Metal casa perfeitamente com a Música Clássica.  Ao longo do álbum, verificamos exactamente isso, rapidez, intensidade, profundidade e ainda alguma tenebrosidade nas composições.

                É também um álbum onde podemos ver algumas mensagens políticas em temas como Portrait of a Headless Man” ou “The Enemy of Truth". Também podemos ver o Black Metal em temas como "Martyr” ou "3rd Testament".


            Bem tendo em conta a breve descrição, vamos ao que importa. As músicas! Começamos logo a abrir com o primeiro tema intitulado de “Dante’s Inferno”, tal como falei anteriormente, os SepticFlesh são conhecidos por serem intensos e rápidos no que toca às suas composições! O primeiro tema do álbum representa isso mesmo. Começa logo com uma introdução de cordas e ainda uma guitarra acústica convertendo-se num som muito mais pesado à medida que há uma introdução à guitarra elétrica e ao footwork da bateria. Ao longo do tema vamos tendo riffs e alterações vertiginosas no andamento entre os elementos sinfónicos e os próprios instrumentos dos elementos da banda. Ao fim e ao cabo temos aquilo que o próprio Dante esperaria no seu livro d’A Divina Comédia, ou seja, uma viagem alucinante e vertiginosa na chegada ao submundo.




          De seguida passo ao terceiro tema do álbum intitulado de “Portrait of a Headless Man”. Como eu disse há pouco, a mensagem política é bem latente neste tema, bem como em “The Enemy of Truth”. Mais uma vez temos uma introdução calma, pouco acelerada no que toca ao instrumental. Conseguimos ver que vai progredindo até a banda entrar em acção com um background de cordas e sopros graves. Já a letra, é completamente virada para a política. Diria mesmo que é uma espécie de crítica à sociedade e um murro na mesa contra a opressão que se vive no mundo do Século XXI. Deixo-vos uma parte da letra até ao refrão para que possam tirar as vossas próprias conclusões. 

“In a world controlled by fire…
In a world controlled by fire,
Psychotic preachers thrive.

They use the waves to bind us
They use the screens to blind us.
I joined headless forces.
They told us what to do.
We worked, we fought, we bled.

A cogwheel in the system,
a ghost in the machine.
In my private thoughts,
only pain feel real.

Cry!
I am crying, in the portrait of a headless man.
Laugh!
I am laughing, in the portrait of a headeless man.”
 

            
               Continuamos nesta review, agora para falar do meu tema favorito deste álbum,“Martyr”. E neste tema entra a outra vertente de SepticFlesh, o Black Metal. Começamos por escutar uma melodia que nos remete para o Oriente Médio. Para as terras onde lutaram católicos e muçulmanos durante as Cruzadas na idade média. “Martyr”, é talvez o tema mais profundo do álbum e também o mais pesado. Os riffs das guitarras, a profundidade da bateria, a voz, os arranjos orquestrais, fazem desta música uma verdadeira obra prima da banda. Neste tema observamos a mensagem política do álbum, mas desta vez, somos alertados, para aquilo que a religião pode fazer contra o conhecimento. Embora o vídeo clip de “Martyr” nos mostre um dojo de Kendo que é uma arte marcial nipónica, a letra é toda ela dedicada a Hypatia, uma mulher que era professora na escola de Platão em Alexandria e que foi assassinada no ano 415 d.c. pela ordem de Cirilo, Bispo de Alexandria…




            Regra geral, acabamos por ter um álbum forte onde são abordadas várias composições! Temos riffs alucinantes, vocais profundos e variações de bateria rapidíssimas. Para quem gosta desta banda como eu, há que salientar que Septic Flesh, raramente saem do risco, ou seja, mantém e ainda conseguem melhorar de álbum para álbum. No entanto tenho que admitir, que Codex Omega” acaba por ser uma continuação do penúltimo álbum da banda, intitulado de “Titan”, considerado por muitos, um dos melhores, se não mesmo o melhor álbum dos Gregos. Faço este Review aquando do lançamento do mais recente trabalho ao vivo, intitulado de “Infernus Sinfonica MMXIX”.