Final Veredictum: Dark Tranquillity - Moment
Quase a fechar o ano,
temos mais um lançamento de peso no mundo do Heavy Metal! Hoje trazemos uma
banda que se tornou num dos maiores e mais respeitados nomes da música pesada,
por terem sido os propulsores de um Género - falamos de Dark Tranquility.
Esta banda, juntamente com In Flames e At The Gates, foram os pioneiros do
Género "Melodic Death Metal", que, como o nome indica, é um
subgénero da música pesada, que é mais harmonioso e menos brutal que o
"Death Metal".
A banda foi criada em 1989, na cidade sueca de Gotemburgo. Os seus
fundadores, Mickael Stanne e Niklas Sundin, tinham originalmente um projeto
mais Thrash de seu nome Septic Boiler. Após criarem a sua primeira Demo, a
banda afastou-se do Thrash Metal e ao criar o subgénero Melodic Death Metal,
adotou o nome de Dark Tranquility.
Estes suecos têm feito
trabalhos consistentes no subgénero do Melodic Death Metal e hoje vamos ver
"Moment", o sucessor do tão aclamado "Atoma", lançado pela
banda em 2016. Falamos de um álbum que tem o cunho da Century Media Records,
editora que já trabalhou com bandas como Lacuna Coil, Suicide Silence, Arch
Enemy e ainda os “nossos” Moonspell.
"Moment" tem 12 temas, sendo o primeiro "Phantom Days".
Que grande forma de começar um álbum! Uma música que tem um video-clip em que
tudo é animado e parece que vai desvanecendo à medida que o tempo passa. Com
"riffs" sugestivos, e um solo bastante melodioso, temos um contraste
perfeito com a voz de Mickael Stanne que utiliza o gutural para lembrar que
nada na vida é garantido e que tudo pode mudar de um momento para o outro. O
próprio refrão transmite isso:
"It
doesn't make it any less real
Once
you feel it
Rage
with the fire of insight
These
are the phantom days"
"The Dark Unbroken" é um tema que fica no ouvido e faz-nos
pensar... Dark Tranquility ao longo da sua discografia tem-nos presenciado com
temas que apelam ao nosso pensamento, pois deixam-nos a questionar sobre várias
coisas, como a existência ou a permanência num local. "The Dark Unbroken"
foi gravado na zona industrial de Gotemburgo, na cidade de onde estes suecos
são naturais e mostra um lado fantasmagórico de uma civilização que se perdeu.
Talvez o melhor tema da banda neste álbum, a lembrar os efeitos devastadores da
pandemia... "The Dark Unbroken" mostra ainda a banda a tocar num
teatro vazio às escuras, o que ainda dá mais poder àquilo que foi dito. Com
transições vocais entre os guturais e vocais limpos totalmente harmoniosos e
calmos, Mickael Stanne, consegue fazer desta música uma das melhores do
ano.
A seguir falo-vos de
"Remain In The Unknown". Ao escutar esta música lembro-me logo de
"Forward Momentum" do álbum "Atoma" de 2016. Que tema
espetacular! Mickael Stanne deixa os "guturais" para o refrão e
canta-nos numa melodia exemplar! "Remain In The Unknown" fala-nos de
permanecermos no silêncio ou no anonimato! Com uma letra sugestiva que nos leva
para o "Circuito do Eu", este é um tema que tem um dos melhores solos
do álbum e o refrão faz com que aos poucos nos possamos libertar das amarras
que nos prendem e seguir em frente. Embora não haja um vídeo-clip deixo-vos a
música para apreciarem!
"Eyes Of The World" é o tema que se segue e mais uma vez temos
Guturais e Vocais Limpos misturados numa maestria perfeita! Mickael Stanne é
sem dúvida um cantor e músico de mão cheia! Com "blastbeats" fáceis
de apreciar, e ainda com todos os "riffs" e teclas, fazem desta
música, um bom tema! Dark Tranquility com esta música, e ao contrário de
"The Dark Unbroken", parece querer depositar a esperança da mudança
para alguém que tem o poder de mudar, enquanto o mundo olha atento para essa
mudança. Claramente uma música que se pode adaptar a este período medonho que
vivemos, em que o mundo confia e deposita a esperança numa cura depois da ruína
causada por uma catástrofe.