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Final Veredictum: Insânia - Histeria



Apesar de ser uma banda bastante nova no cenário underground brasileiro, a Insânia desde o seu início, em 2017, tem se destacado pela sua atitude, tanto em suas letras, que contam com diversas críticas sócio-políticas, quanto em relação as suas atividades como banda, tendo já no primeiro álbum homônimo, de 2019, realizado diversos shows tanto em Recife, sua cidade natal, quanto em várias outras localizações do Nordeste brasileiro.

Agora, no último mês de março, a banda de Groove Metal, formada por Diogo Felipe nos vocais, André Canuto no baixo, Vítor Lima na bateria, e Raffa Farias na guitarra, lançou o “Histeria”, seu segundo registro, de forma completamente independente, e com muito mais sangue nos olhos, com as letras possuindo críticas ainda mais fortes do que no primeiro trabalho, inspirados no atual caos politico do Brasil em meio a uma das piores pandemias da história.

E já começando fazendo um comparativo ao primeiro álbum do grupo, já vemos no “Histeria” uma grande evolução técnica e de produção, soando muito mais limpo do que o homônimo, mesmo se tratando de um estilo pesado e furioso. O mesmo se aplica aos vocais de Diogo.

E é perceptível que a banda soltou toda a sua revolta com o cenário atual nesse novo trabalho, tanto na questão instrumental quanto na questão vocal as músicas demonstram muito mais agressividade, isso sem em nenhum momento o vocalista se utilizar de vocais extremos (que também estão presentes no disco, mas feito por um convidado).

A paulada na orelha já começa com a primeira faixa “Pesadelo”, que conta com a participação especial de Leeds Guedes (Vassali), que fez parte da Insânia até meados de 2019. Ou seja, certamente ele não teve dificuldades de se encaixar por estar em território conhecido.



Outra faixa a se destacar é a “Monstros”, que inclusive ganhou um videoclipe, que faz uma clara crítica as ideias neo-nazistas ainda existentes em nossa sociedade.



Em “América da Morte”, a banda critica os ditos “brasileiros patriotas” que... Lambe as botas (para não me utilizar de termos mais baixos) de todos os absurdos que são ditos pela ala conservadora nos Estados Unidos, chegando a valorizar a bandeira e a história americana muito mais do que a brasileira.



A letra de “MMXX”, que foi o primeiro single lançado do novo álbum, soa como vários gritos de ordem contra os absurdos atuais do Brasil. Mesmo a parte lírica não sendo a mais consistente, a faixa cumpre bem o seu papel.



No início de “Guerra Por Paz” a banda faz uma pequena referência a famosa música “Depende de Nós”, que é um tipo de “hino da esperança” no Brasil, sendo uma canção muito tocada nas épocas de fim de ano (caso você não conheça, é dessa aqui que estou falando). Mas claro, a Insânia botou seu próprio tempero nesse trecho e adaptou ao seu gosto, tendo a faixa rendido uma das frases mais forte de todo álbum, que é “será que pra ter paz o homem tem que matar?”.



O disco se encerra com uma nova versão de “Pesadelo”, mas no caso, como faixa bônus, contando com a participação especial de Erick Dartelli, soltando um vocal gutural em algumas partes, que acabaram não se encaixando tão bem assim, mas nada que comprometesse muito.



No mais, o Insânia conseguiu se superar no novo trabalho, conseguindo tirar algo de positivo de um cenário caótico que é esse que o Brasil passa, entregando um segundo álbum que não deixa nada a dever para nenhuma banda mais veterana.





TRACKLIST

01 Pesadelo ft. Leed Guedes
02 Falso Herói
03 Monstros
04 América da Morte
05 Fênix
06 MMXX
07 Lei do Retorno
08 Eu Protesto
09 Guerra Por Paz
10 Reprogramar
11 Pesadelo ft. Erick Dartelli (faixa bônus)