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Final Veredictum - Trivium: What The Dead Men Say

 



Embora tenha sido lançado no ano de 2020, quase a completar um ano após o seu lançamento, achamos por bem fazer a "review" a esta maravilha da música pesada. Falamos de "What The Dead Men Say" dos Trivium.

 

Trivium é uma banda de Metal norte americana formada em Orlando no ano de 1999. Da formação original, a banda já só conta com Matt Heafy na guitarra e na voz. Os restantes membros são: Corey Beaulieu na guitarra, Alex Bent na bateria e ainda Paolo Gregolleto no baixo.

 

 

 

 




Com uma carreira de 22 anos, estes norte americanos já contam com autênticas pérolas na bagagem tais como: "Shogun", "Ascendency" ou "Ember To Inferno". O último trabalho da banda é aquele que revemos hoje e parece que a banda fez uma viagem ao passado para se reencontrar com os clássicos que lhe deram fama. "What The Dead Men Say" é composto por 10 faixas e tem o cunho da Roadrunner Records que já trabalhou com bandas como Gojira, Killswitch Engage, Korn, Opeth, Sepultura ou ainda Slipknot.   


O álbum começa com um prelúdio daquilo que se antevê como um regresso ao passado. Ouvimos uma espécie de preparação para o tema que dá nome ao álbum. Em "IX" ouvimos uma primeira metade sem distorção nem bateria, fazendo lembrar um vislumbre de algo épico que se transforma em pesadelo, já que assim que entra a bateria em cena as guitarras distorcem para o início de "What The Dead Men Say".

 

"What The Dead Men Say" usa parte de "IX" como intro e a banda irrompe para a loucura neste tema. O "double-pedal" de Alex Bent é qualquer coisa. A entrada do músico em 2017 acrescentou técnica e muita qualidade à banda. A nível de guitarras temos "riffs" melódicos e rápidos. E o que dizer do baixo? Soberbo! A rodar num tom mais alto, faz com que este fique bastante audível e perceptível, dando uma sonoridade pesada a um tema que já o era. A nível vocal, Matt Heafy é impecável com transições entre momentos mais límpidos e momentos mais ríspidos. A mensagem do tema é muito clara. A destruição provocada pela revelação de um segredo pode ter efeitos nefastos no relacionamento entre as pessoas. Daí o facto da banda dizer que aquilo que os mortos dizem fica entre nós!






A banda parece seguir a mesma linha com "Catastrophist". Mas enquanto em "What The Dead Men Say" os segredos parecem ser devastadores quando são revelados, neste tema falamos de como a História se repete ao longo das épocas sem que tivéssemos aprendido com os mesmos. Munidos de "riffs" melodiosos e rápidos, a bateria segue a mesma linha com diversos "blastbeats" pesados e melodiosos, sinónimos da maestria de Alex Bent. E com um baixo incrível mais uma vez. Audível e sempre num tom mais alto para dar mais peso e aquela sensação de que iremos ser agredidos muito em breve. A simbiose que é gerada entre as pancadas secas, "blastbeats" e ainda "doublepedals" na bateria são soberbos. As variações vocais de Matt Heafy também são algo a destacar. O músico aparece sentado num sofá a cantar enquanto assiste TV e o vídeo clip reforça a ideia da letra, terminando com uma mulher a contemplar uma máscara com a zona da boca selada com fita cola e ainda um relógio. As areias do tempo começam a correr contra nós num tema que é um elogio à catástrofe e à destruição.





"Bleed Into Me" é um tema que parece abordar a velha questão de nos sacrificarmos por ideais que se perderam. Quem vê o vídeo clip e ouve a música através das redes sociais vai-se aperceber que a banda utiliza um tom de 8 bits fazendo lembrar os tempos dos jogos de Arcada. Depois a banda irrompe para quatro minutos onde mais uma vez o baixo assume um papel preponderante no tema. A banda parece utilizar um tom mais sinistro para "Bleed Into Me”. No entanto, a voz de Matt Heafy aumenta o tom à entrada do refrão e o tom mais ríspido é utilizado para acordar aqueles que insistem em não acordar para a realidade. Uma bateria e um baixo que andam misturados um com um outro e "riffs" pesados que tendem a acompanhar o tom do baixo. Tudo isto misturado causa uma harmonia pesada que fica muito boa.






"The Defiant" começa logo a rasgar. Um bom tema que para mim é um dos melhores deste "What The Dead Men Say". Sentimos aquela vontade de partir tudo assim que ouvimos este tema. Uma boa bateria com "riffs" bastante melodiosos e mais uma vez um baixo impecável. Uma agressividade vocal de Matt Heafy compõem este tema que irrompe para um "double pedal" fortíssimo que antevê um solo harmonioso, melódico, que fica no ouvido, e que anda à medida das guitarras. 








"What The Dead Men Say" é um álbum que relembra os clássicos de Trivium. Realmente posso afirmar que esta banda não tem um mau álbum. Sem sombra de dúvidas que este álbum vai ser um clássico da música pesada e daqui a uns anos talvez voltemos a escrever sobre este, mas na versão Xplore The Classic. Com "riffs" bastante rápidos, harmoniosos e melodiosos este álbum conta ainda com vários elementos de "Metalcore", uma grande e soberba bateria e um baixo que é sem dúvida um dos elementos chave deste "What The Dead Men Say". Ao ouvirmos Trivium com o alinhamento actual, podemos afirmar que a banda detém um dos bateristas mais tecnicistas da atualidade, o gigante Alex Bent. Já me tinham dito que este senhor era qualquer coisa e após ouvir este álbum acabo por perceber todo o alvoroço por detrás deste Alex Bent. Arrisco-me a dizer que na atualidade, a par de Eloy Casagrande e ainda Kerim Lechner dos Septicflesh, Bent compõe o meu pódio dos melhores bateristas!