o blog mais pesado

Xplore The Classic: Metallica - Master Of Puppets




Corria o ano de 1986, mais precisamente o dia 3 de Março, e o mundo assistia ao nascimento daquele que pode ser o melhor álbum de sempre da História do Heavy Metal. Falamos de Master Of Puppets, dos monstros Metallica. 

Metallica é uma banda norte americana que foi fundada em 1981 pelo baterista Lars Ulrich que pôs um anúncio num jornal à procura de músicos para formar uma banda e o resto é história. Actualmente a banda é formada por Lars Ulrich na bateria, James Hetfield na guitarra e na voz, Kirk Hammett na guitarra e ainda Robert Trujillo no baixo. “Master Of Puppets” é o último álbum gravado com aquele que para muitos é considerado o melhor baixista de todos os tempos, Cliff Burton.




Este álbum é composto por 8 faixas e começamos com "Battery", um tema que começa de uma forma calma e que antevê uma agressão brutal a quem ouve. Eram os anos 80 e na altura com clássicos de ação e tudo mais, a agressão na cultura era habitual e estas bandas não fogem à regra. Começamos com uma introdução mais clássica, a música irrompe para cinco minutos de adrenalina pura, em que ouvimos "riffs" melodiosos, agressivos e rápidos, transições alucinantes, um baixo tresloucado ao estilo de Cliff Burton e ainda "blast beasts" misturados com transições de "double pedals" insanos. Entre a primeira e a segunda parte da música, temos uma ligeira antevisão daquilo que será o solo de Kirk Hammett, que segue o resto da música no que toca a agressividade e rapidez.





“Master Of Puppets” é simplesmente genial. A faixa-título deste álbum é qualquer coisa de extraordinário. São oito minutos e meio de genialidade da banda. A nível musical não há nada a apontar. Com uma introdução mais "Heavy", quem ouve este tema já sabe o que espera. Uma das melhores coisas deste tema é sem dúvida o solo. Épico! E merece ser ouvido com o volume no máximo, pois é, sem dúvida, uma obra de arte. Com "riffs" soberbos e com uma bateria que mais uma vez anda à sua vontade, este é sem dúvida um dos melhores temas do álbum. E depois a letra... não podia ser mais actual - se olharmos para a capa do álbum, vemos um cemitério em que conseguimos ver um capacete de guerra e ainda uma chapas de um soldado. Por cima das cruzes, vemos montes de fios de marionetas de homens que seguiram tudo, sem questionarem nada. Quando termina o primeiro solo e a música avança para a terceira e última parte, a bateria de Lars Ulrich parece conseguir imitar a marcha dos soldados que partiam para a guerra. 




Segue-se "The Thing That Should Not Be", este é talvez o tema mais sinistro de Metallica. Com uma introdução que mais parece um tema relacionado com um filme de terror, temos talvez dos "riffs" mais pesados de todo este “Master Of Puppets”. A própria voz de James Hetfield apresenta um tom mais arrastado e mais pesado. Todos os instrumentos da banda parecem seguir a voz de James que mais parece um senhor das trevas. O próprio solo de Kirk Hammett tem um tom sinistro e parece que se vai desfazendo à medida que vai progredindo. 





Atingimos a metade de “Master Of Puppets” com "Welcome Home (Sanitarium)". Podemos dizer que este tema pertence ao ciclo dos temas mais calmos da banda mas que não deixa de ser uma "Wake-up Call" e um tema com um efeito "murro no estômago" porque parece que estamos a cair numa espiral depressiva e alguém nos conforta dizendo que está tudo bem quando tudo à nossa volta parece estar a desvanecer. Entre a primeira e a segunda parte da música, temos um cheirinho daquilo que irá ser o solo de Hammett. São 6 minutos e 30 segundos de bons "riffs", uma boa bateria com bons "blast beats" e um solo rápido e melodioso de Kirk Hammett. Um grande, mas grande tema!



 





Ao entrar na segunda parte deste álbum percebemos que os Metallica vão rebentar com tudo e não vão pedir licença a ninguém. Segue-se "Disposable Heroes". O que dizer sobre isto? De 1986 a 2021 vão 35 anos e uma coisa é certa... este álbum só pode ter sido editado ontem e ninguém soube. Com uma letra virada para a crítica social e de como os políticos alimentam guerras criadas por eles próprios com pessoas que nada têm a ver com a situação, a mensagem de "Disposable Heroes" fala nos intervenientes políticos como os verdadeiros "mestres das marionetas". Com "riffs" e uma bateria que anda à mais de 1000km/h, este tema parece atingir a velocidade da luz. James Hetfield utiliza um tom mais ríspido e mais baixo, e o que falar da guitarra de Kirk Hammett? Um solo com variações alucinantes e uma velocidade estonteante fazem deste tema um dos mais rápidos deste álbum.











Seguindo uma espécie de lógica de "Disposable Heroes", temos "Leper Messiah". Alguém que é subjugado e escravizado pelo poder e como o dinheiro alimenta esse poder. A nível musical mais uma vez temos grandes "riffs" com uma tecnicidade e intensidade brutais. Lars orienta a batuta iniciando o compasso o resto dos instrumentos arrancam logo atrás criando uma melodia que se vai mantendo ao longo da música. Antes de James começar a cantar ainda há um espacinho para Cliff Burton libertar o baixo e é mesmo muito bom. No meio da intensidade da bateria, conseguimos ver que o "double-pedal" de Lars Ulrich mistura-se com o baixo de Cliff criando uma simbiose perfeita entre estes dois instrumentos. Mais uma pérola de Metallica.  





Antes de terminarmos vamos ouvir uma das maiores obras instrumentais da banda, "Orion". Nos quase nove minutos de música temos um poslúdio daquele que é para muitos, o melhor álbum de Heavy Metal de todos os tempos! Já se sabe que a alcunha de Cliff Burton era "Jimi Hendrix do Baixo" e a verdade é que Cliff fazia deste instrumento o que ele queria. Pelos deuses, temos um solo de baixo neste tema. Esta é daquelas a ouvir em altos berros para apreciar refastelado num sofá, sem mais ninguém ao lado. Perdoem-me, pois sei que muitos pensam que o Heavy Metal é apenas para andar no meio do "pit", mas esta "Orion" é para se desfrutar como um bom Whiskey ou um bom Vinho do Porto. Grandes "riffs", grandes solos, grandes transições de baixo e de guitarras e ainda uma bateria impecável fazem deste tema um dos melhores da banda.





Para se andar à "molhada" no meio do "pit" e partir tudo com um "mosh" ou um "wall of death" temos o tema que encerra “Master Of Puppets” - "Damage, Inc.".  O tema começa com as guitarras e baixo em crescendo e assim que a bateria entra em ação a banda irrompe numa agressão que vai durar cinco minutos e meio. A brutalidade da voz de James misturada com os "riffs" agressivos e rápidos, juntamente com o baixo de Burton, a bateria de Lars e ainda o solo incrivelmente rápido de Hammett fazem deste "Damage, Inc" a chave de ouro para fechar este “Master Of Puppets”. 




Transições incrivelmente rápidas com "riffs", "double pedals", "blast beats" e solos brutais, fazem deste talvez o melhor de sempre da banda e um dos melhores álbuns de sempre da história do Heavy Metal. A voz de James Hetfield tinha um lado irreverente e ainda uma atitude mais "punk" que trazia a vontade de partir tudo. Este “Master Of Puppets” é uma autêntica injecção de adrenalina que não deixa ficar ninguém indiferente. Incrivelmente rápido, este é aquele tipo de som que se procura no "Thrash Metal", ou seja, um som cru e aquela sensação de "chapada na cara" para acordar e fazer as coisas de uma vez por todas. Com temas como "Disposable Heroes", "Damage, Inc" ou a até mesmo "Master Of Puppets", temos a certeza que este tipo de álbum vai gastar toda a gasolina de um carro, pois assim que ouvimos isto vamos querer acelerar e levar um carro ao limite. Este é também o último álbum em que podemos ver a genialidade de Cliff Burton que veio a perder a vida no fatídico acidente da banda em 1986 e daí também ter uma história especial. Uma coisa é certa, qualquer fã de Heavy Metal deve ter este "menino" na sua coleção e por isso merece esta nota.