Xplore The Classic: Sex Pistols - Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols
Quando
falamos do Punk nos anos 70, certamente um dos principais nomes que vem a mente
é o da banda britânica Sex Pistols, grupo esse que teve uma carreira meteórica,
mas ainda assim suficiente para dar o que falar e cravarem seu nome na história
do Rock mundial.
A
banda foi formada em Londres no ano de 1975, sendo inicialmente composta por
Johnny Rotten (vocal), Steve Jones (guitarra), Paul Cook (bateria) e Glen
Matlock (baixo), que mais na frente foi substituído pelo controverso Sid
Vicious.
A
curta carreira do grupo consistiu em bastantes polêmicas por conta das suas
letras e principalmente por causa das suas atitudes, já que a maioria dos seus shows davam algum problema, isso sem falar na língua grande de Johnny Rotten, a
qual ataca até nos dias de hoje.
Bom,
os curtos três anos de trajetória rendeu apenas um álbum lançado, sendo esse o “Never
Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols”, que veio a público em 1977 através
da Virgin Records, fazendo um grande sucesso na época.
Álbum
esse que iremos analisar a partir de agora.
Bom,
que os integrantes do Sex Pistols estavam (e ainda estão) longe de serem
exímios músicos, isso é fato, afinal, todo o movimento Punk trouxe a tona do “faça
você mesmo”, tendo como principal característica as músicas pesadas e com muito
pouca complexidade técnica.
E
nas próprias gravações do “Never Mind the Bollocks” a gente encontra uma
peculiaridade em relação ao baixo, pois, como Sid Vicious era um baixista
limitado até demais (inclusive, ele não tocava ao vivo e apenas fazia pose no
palco), o mesmo gravou os baixos apenas na faixa “Bodies”, tendo o guitarrista
Steve Jones gravado o resto das músicas, com exceção de “Anarchy In The U.K.”,
que já havia sido gravada por Glen Matlock.
Quando
você bota o disco pra rodar, o trabalho já começa com a “Holiday In The Sun”,
que já começa com a intensidade que um álbum de Punk Rock setentista pede,
pegada essa que é mantida basicamente em todo o CD.
Em
“Bodies” temos como peculiaridade em relação a letra, que fala de
uma fãs do Sex Pistols que teria sido estuprada por enfermeiros em uma
instituição mental de Birmingham e levado o feto abortado até a porta da casa
de Johnny Rotten. E vale relembrar que essa e a única música em que Sid Vicious
realmente gravou os baixos.
Em
minha opinião, “No Feelings” é uma das músicas mais subestimadas do disco,
sendo particularmente uma das minha favoritas, principalmente por conta do
refrão marcante.
Agora
falando de um dos principais destaques do disco, a “God Save The Queen” foi com
certeza a canção que mais trouxe problemas para o Sex Pistols, por se tratar de
uma clara alfinetada a Rainha Elizabeth II e a cultura da Família Real
Britânica.
Outro
clássico da banda é a “Anarchy In The U.K”, a única a contar com as linhas de
baixo de Glen Matlock, que basicamente foi o único integrante do grupo que
realmente sabia tocar. Essa sem dúvidas é a música mais forte do álbum.
“Pretty
Vacant” é outra bastante conhecida que possui um refrão bem característico e
marcante, principalmente por conta da forma que Johnny pronunciava a palavra “Vacant”,
fazendo o final soar como se estivesse falando o termo em inglês para a palavra
“vagina”, o que deixou muitos ouvintes em choque na época.
E
a última música que destaco aqui é a “EMI”, que foi uma alfinetada da banda
contra a gravadora EMI, que encerrou o contrato com o Sex Pistols em 1976 após
apenas 6 meses por conta da repercussão negativa da entrevista do grupo no
programa “Today”.
Bom,
o “Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols” tem suas qualidades,
principalmente se você for fã do Punk Rock clássico dos anos 70, e justamente
por ser um disco com todas as características do estilo, o mesmo está longe de
ser o melhor álbum da história em nível técnico, Todo mundo ali cumpriu bem o
seu papel (com exceção de Sid Vicious). Johnny pode estar longe de ser um bom
vocalista, mas ele entrega exatamente a voz necessária para esse tipo de
música.
Mas
independente disso tudo, é inegável, até mesmo para aqueles que não curtem Sex
Pistols, a importância que o seu único álbum tem não apenas no Rock, mas em
toda a cultura Pop mundial, pois até hoje quando se falar em Punk, o Sex
Pistols é um dos primeiros nomes que vem a mente da pessoa.