Final Veredictum: Lord of the Lost - Judas
Quem
conhece bem o trabalho da banda alemã Lord of the Lost sabe muito bem que
linearidade sonora não é algo que eles seguem, tanto que desde a sua fundação
em 2007, ao longo dos seus sete álbuns, o grupo passeou entre as sonoridades
referentes ao Gothic Metal e ao Metal Industrial, inclusive juntando os dois
mundos em alguns casos.
Agora,
no seu mais novo trabalho intitulado “Judas”, lançado no último dia 02 de julho
através da gravadora austríaca Napalm Records, a banda decidiu voltar a
explorar o seu lado gótico após ter explorado os dois mundos no antecessor “Thornstar”,
de 2018.
Aliás,
o Lord of the Lost foi além, lançando o trabalho em disco duplo, contando com
nada mais, nada menos, do que 24 novas músicas, que não só exploraram uma
sonoridade mais gótica, como também foram conectadas liricamente por várias
referências bíblicas (mas não religiosas), principalmente referente a
controversa figura de Judas.
Antes
de tudo, por mais que a ideia da banda ter 24 músicas novas seja algo
empolgante de início, ao longo da audição do disco ela se mostrou ser cansativa
quando ouvida em sequência, principalmente a partir do segundo CD (mais
especificamente a partir da canção “My Constellation”), que é quando as faixas
passam a ter um teor ainda mais melancólico.
Mas,
podemos dizer que esse foi o único detalhe que me atrapalhou na minha
experiência de ouvir o “Judas”, já que o primeiro disco conseguiu me prender
bastante, principalmente nas primeiras faixas, onde a banda mostrou como seria
a vibe do álbum.
A
sequência “Priest”, “For They Know Not What They Do”, “Your Star Has Led You
Astray” e “Born With a Broken Heart” ajudam a levantar o ânimo dos ouvintes,
principalmente por serem músicas pesadas, mesmo com uma atmosfera densa.
E
em relação a última citada, devo dar um grande destaque ao bom uso de corais
gregorianos na intro e em parte do refrão, ajudando a dar aquele ar de “música
de igreja”, o que mais ou menos ocorre também no final de “For They Know Not
What They Do”.
O
Lord of the Lost também optou por repetir melodias em faixas como “Death is
Just a Kiss Away”, “The Death of All Colours”, “Be Still and Know” e “Work In
Salvation”, dando ainda mais o ar gótico, principalmente por serem músicas
tocadas apenas com teclados, ou apenas acappella.
“The
Heart Is a Traitor” vir logo após de “Death is Just a Kiss Away” ajudou a dar o
contraste da transição de uma balada para uma faixa de peso e intensa, servindo
para “acordar” os ouvintes.
Quando
“The Death of All Colours” foi lançada como primeiro single do álbum, eu
imaginava que a mesma seria uma intro, por ser uma música feita toda acappella,
quando na verdade a mesma foi colocada para encerrar o primeiro disco, servindo
inclusive como uma transição para o segundo, que é aberto com a “The Gospel of
Judas”.
Como
disse anteriormente, da metade do segundo disco em diante, infelizmente, o
álbum me perdeu por entrar em uma área mais monótona e cansativa, o que me faz
concluir que talvez ter enxugado um pouco o mesmo teria sido uma melhor ideia.
No
mais, Chris Harms consegue cativar o ouvinte, principalmente por ter valorizado
a região grave da sua voz (que é o seu forte), inclusive acertando em não
utilizar tanto os drives e os guturais em “Judas”. E claro, se tem alguém que é
o principal responsável por dar a sonoridade característica que é exigida pelo
Lord of the Lost no momento, esse alguém é o tecladista Gerrit Heinemann.
02 For They Know Not What They Do
03 Your Heart Has Led You Astray
04 Born With the Broken Heart
05 The 13th
06 In The Field of Blood
07 2000 Years a Pyre
08 Death is Just a Kiss Away
09 The Heart is a Traitor
10 Euphoria
11 Be Still and Know
12 The Death of All Colours
01 The Gospel of Judas
02 Viva Vendetta
03 Argent
04 The Heartbeat of the Devil
05 And It Wss Night
06 My Constellation
07 The Ashes of Flowers
08 Iskarioth
09 A War Within
10 A World Where We Belong
11 Apokatastasis
12 Work of Salvation