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Discographia Vitae: Parkway Drive


Os Parkway Drive são atualmente uma das bandas de maior sucesso internacional da atualidade, dentro do género Metalcore.
Eu apesar de já adorar a banda, confesso que depois de os ver no Lisboa ao Vivo fiquei completamente rendido. A qualidade que apresentam tanto em estúdio como ao vivo é inquestionável. As suas atuações são Flawless, não existem momentos mortos e a energia eletrificante dos seus riffs, screams e breakdowns, alimentam Mosh Pit's, Wall Of Death's e Crowdsurf's que não cessam em momento algum nos seus concertos.
Nos últimos dois anos os álbuns desta banda têm feito parte do meu quotidiano, acompanhando-me em vários momentos, bons e menos bons.
Por todos estes motivos, foi um "no brainer" revisitar os álbuns antigos dos Parkway Drive e ouvir de novo os mais recentes e trazer-vos este cocktail de Metalcore incendiário, que é a sua discografia.
Comecemos então pelo ínicio. Esta é uma banda australiana, oriunda de Byron Bay, composta por: Winston McCall, vocalista; Jeff Ling, guitarrista; Luke Kilpatrick,guitarrista; Jia O'Connor, baixista e Ben Gordon, baterista.
Quando começaram em 2002 eram apenas uma local band. Começaram por tocar pequenos gigs locais, mas rapidamente começaram a ganhar notoriedade e isso deu aso a que surgisse em 2004, o seu primeiro trabalho de estúdio intitulado, Dont't Close Your Eyes:


A versão de Don't Close Your Eyes que hoje vou analisar é a re-edição lançada em 2006 dísponivel no spotify, que inclui faixas bónus do seu split CD com os I Killed The Prom Queen e de outros álbuns de compilações, sendo a versão mais completa e que permite o acesso a mais músicas desta era da banda.
Depois de uma Intro em que são repetidas de forma sufocante as palavras "I don't Whanna Die" por uma voz feminina apavorada, rebenta nos nossos ouvidos a música Smoke 'Em If Ya Got 'Em,  que volta a aparecer no seu próximo álbum.
Swalling Razorblades e Emotional Breakdown, são a maior manifestação do conteúdo lirico mais dark neste álbum.
Uma surpresa agradável é The Cruise, uma música instrumental em que ouvimos apenas uma guitarra acústica e o som do mar.
Ao ouvirmos este álbum percebemos bem que é o primeiro e nota-se que os Parkway Drive ainda estão a tentar definir o seu caminho.
 No entanto dá gosto revisitar Don't Close Your Eyes, que não parece ter sido lançado na sua versão original, há já 14 anos atrás, permanece atual e tem uma qualidade invejável para um álbum de estreia.



Dois anos depois, os Parkway Drive trazem-nos Killing With A Smile.
Depois da introdução dada por, Gimme A.D, é Anasasis (Xenophontis) que causa um maior impacto, esta é uma música que nos tira a respiração, a velocidade da guitarra e da bateria conjugada com os vocals de Winston que mais parecem ter vindo das profundezas do inferno, fazem-nos ter vontade de quebrar tudo à nossa volta.
Romance Is Dead é a melhor música de Killing With A Smile e pode-se até dizer, uma das melhores alguma vez escritas pelos Parkway Drive.
É icónica, a letra é incrivel, o instrumental é fenomenal, a música como um todo é excepcional. 
Quem já passou por um desgosto amoroso certamente revê-se na letra:
"She said, "I love you." She said. She said goodbye. SO CRY ME A FUCKING RIVER BITCH! You wouldn't know love if it crushed your fucking chest. Let go."
A Cold Day In Hell é a música perfeita para fechar este álbum.
Além de terem assinado com a editora Epitaph Records, a banda demonstra ter uma maior maturidade musical, com músicas mais complexas e diversificadas. Este álbum mostra uma evolução a vários níveis, em relação ao primeiro.



Horizons foi lançado em 2007, apenas um ano depois de Killing With A Smile.
É considerado por alguns dos fãs, o melhor álbum dos Parkway Drive e quando o ouvimos percebemos porquê.
Carrion tornou-se uma das músicas mais conhecidas da banda australiana e ao vivo proporciona momentos de extase no público. Com um refrão icónico, é talvez das suas músicas mais "sing-along".
Boneyards e Frostbite são totalmente "in your face" e repletas de breakdowns e como é possível não gostar disso?
Idols and Anchors começa calmamente e com um ritmo bem demarcado, mas este rapidamente é interrompido por uma guitarra distorcida e pelos vocals agressivos de Winston. Apesar da sua agressividade, consegue ser melódica.
Dead Man's Chest tem um toque de Hardcore associado, o que me agrada bastante, e quando Winston grita "All Hell Breaks Loose" é impossível não fazer headbang. Os breakdowns são agressivos, a letra é memorável e a música destaca-se neste álbum, sem sombra de dúvida.
É um álbum repleto de intensidade, com uma subtil mensagem ambiental e nota-se também nele uma evolução em relação ao anterior.


3 anos passaram desde o lançamento de Horizons e em 2010 os Parkway Drive regressam com um álbum novo, Deep Blue.
Samsara e Unrest começam o álbum transmitindo-nos a ideia de que estamos nas profundezas do oceano. 
Sleepwalker tem breakdowns incriveis e um ritmo diversificado, além disso os solos de guitarra conjugam-se na perfeição com a angústia que é transmitida pela voz de Winston.
Deliver Me e Karma são duas músicas que foram claramente escritas para serem tocadas ao vivo. Frenéticas, velozes  e com Breakdowns colossais, desde o inicio ao fim. É impossível permanecermos quietos quando as ouvimos. 
Home Is For The Heartless tem tudo para ser considerada uma obra prima, é sem dúvida um dos muitos destaques deste álbum e também da carreira dos Parkway Drive. 
A letra  é altamente contagiante e o ritmo é diversificado.
Consegue ser uma música melódica e mesmo assim ter partes mais pesadas.
Por último não posso deixar de referir esta frase brilhante:
"If home is where the heart is... Why do I feel so fucking heartless?"
Acho que já deu para perceber que este álbum me diz muito. Por todos os motivos que referi o veredicto só podia ser um...



Passados 2 anos desde o lançamento de Deep Blue, os Parkway Drive lançaram Atlas, este que é o quinto álbum de estúdio da banda. 
Wild Eyes é um dos destaques de Atlas, não só pela sua especificidade sonora, mas também por ser uma música que fica no ouvido. O som da guitarra distorcida, aliada aos back vocals, funcionam  na perfeição e os breakdowns só vêm contribuir para a qualidade desta música. 
Logo de seguida surge Dark Days, uma das músicas mais vibrantes, intensas e reconhecíveis deste álbum. É  um manifesto de revolta contra os maus tratos do Homem feitos à natureza e ao Planeta Terra e essa revolta manifesta-se na letra:
"What will you tell your children when they ask you "What went wrong?"?
How can you paint a picture of a paradise lost
To eyes that know only a wasteland?
How will you justify, justify, watching the world die?"
Seguimos para The River, uma música única, não só pelos female back vocals introdutórios, mas também por ser tão diferente do resto do ábum. Sem dúvida marca pela diferença. 
SWING, tem um power monstruoso! Ouvir isto ao vivo é uma experiência em si mesmo.. O melhor desta música é o facto de os Parkway Drive terem recentemente adoptado a rotação da bateria, à semelhança do que o ex baterista dos Slipknot, o icónico Joey Jordison fazia:

Solos de bateria de Parkway Drive & Slipknot
Atlas mostra inovação, marca pela diferença e consegue ter os seus momentos, mas para mim, não é tão bom como Deep Blue. Atlas não consegue ter o mesmo impacto que o álbum anterior. Está mais ao nível de Horizons, apesar de serem álbuns bastante diferentes e não deixa de ser um excelente álbum que todos deviam ouvir!


Em 2015 os Parkway Drive lançaram IRE, um álbum com uma visão completamente diferente e que tem como objetivo trazer novos elementos ao som característico dos Parkway Drive.
A diferença nota-se logo na primeira música, Destroyer. Em vez de ser uma introdução calma, entra logo a a rasgar, não no sentido habitual das músicas dos Parkway Drive, não é uma Deliver Me ou uma Swing, mas foi também concebida para ser tocada ao vivo. Nota-se uma diferença na técnica vocal utilizada por Winston e também o instrumental é  diferente e isso é transversal a todo o álbum. 
Vice Grip e Crushed exploram novos territórios sonoros, que até agora os Parkway Drive nunca tinham explorado. Vice Grip é mais calma e antémica mas não deixa de ser agressiva, apenas não tanto como temos vindo a ser habituados. Crushed introduz elementos de Nu-Metal em que a letra é cantada em forma de rap. Neste álbum nota-se bem as influências de Rage Against The Machine em algumas das músicas, e talvez por isso os Parkway Drive tenham feito uma cover da música Bulls On Parade, que é pena não fazer parte deste álbum.
Bottom Feeder destaca-se também pela energia que transmite e pela intensidade que possui.
Resumidamente, IRE é um álbum mais soft comparado aos anteriores. Introduz novas técnicas e traz novas influências Tem como objetivo chegar a um público mais mainstream, mas não é por isso que deixa de ser um bom álbum.


E com Reverence chegamos ao fim deste Discographia Vitae. 
Lançado a 4 de Maio de 2018, Reverence pretende mais uma vez inovar e trazer novos elementos ao som característico de Parkway Drive, sem que este perca a identidade que o define, será que consegue?
Wishing Wells a primeira música é o registo mais pesado presente neste álbum e faz-nos voltar aos tempos de Horizons e Deep Blue, o que é sempre bom.
Prey segue um estilo mais antémico que já tinha estado presente em IRE, em músicas como Bottom Feeder ou Destroyer.
Absolute Power segue um pouco a linha de Crushed e aqui ainda se nota mais a influência de Rage Against The Machine.
The Void, apesar de se assemelhar a Vice Grip, é um pouco mais genérica e perde um pouco por isso.
Shadow Boxing, apesar de ser mais calma é uma das minhas músicas favoritas deste álbum. 
A conjugação da letra e do instrumental e as oscilações de intensidade fazem com que se destaque.
Chronos parece ter sido escrita para integrar a banda sonora de um dos jogos de God Of War. O instrumental épico faz com que seja uma das músicas mais arrojadas deste álbum, sendo também a que tem uma maior duração. 
No final, Reverence é um álbum que ao tentar trazer novas técnicas e em que cada música é diferenteda anterior, perde um pouco a sua direcção. No entanto, há músicas em que a nova abordagem é bemvinda e funciona, mas músicas como The Void fazem com que este álbum fique um pouco aquém daquilo que podia ser.