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Final Veredictum: Inhuman Architects - Paradoxus

Os Inhuman Architects, apesar de serem bastante recentes, são uma das mais promissoras bandas de Metal nacionais.

Ao explorarem, o ainda bastante inóspito território do Deathcore português, a banda oferece-nos uma sonoridade que ainda está a dar os seus primeiros passos em território lusitano, mas que se encontra em muito boas mãos.

Eu acredito que bandas como os Inhuman Architects e Downfall Of Mankind, vão levar a que no futuro muitos mais músicos se dediquem a explorar a sonoridade Deathcore em Portugal e isso é algo que me apraz, pois é um dos géneros que mais oiço. 

A banda tem ainda a particularidade de trazerem para a mesa o Aliencore aliado ao Slam e estas influências são notáveis tanto nas letras como nas composições presentes neste álbum.

A banda é atualmente composta pelo vocalista Fábio Infante, os guitarristas Nelson Miguel e Fábio Azevedo, a baixista Susana Gamito e o baterista Marcus Reis. "Paradoxus" é o seu disco de estreia editado em 2021 pela Vicious Instinct Records. 

"In Adventu Deorum" que em latim significa "A vinda dos Deuses" é a intro que dá início a "Paradoxus".

E sim os Aliens vieram mesmo visitar-nos, pois ao colocarmos este álbum a tocar, percebemos que o talento e técnica que aqui são exibidos não estão ao alcance de um mero mortal e não podem ser deste mundo.

"Behold The Creator" é uma música completamente destrutiva que nos dizima completamente e onde além de portentos breakdowns, podemos constatar o incrível range vocal de que o seu vocalista Fábio Infante dispõe, oscilando entre os Fry Screams e os low growls de um momento para o outro, de forma versátil e dinâmica e este elogio é transversal aos restantes elementos dos Inhuman Architects, que acompanham estas transições. As guitarras entregam-nos riffs incríveis e a bateria é avassaladora. 

"Defying The Gods" conta com a participação especial de João Martins dos Neuropsy e contém um incrível solo de guitarra, que após um momento em que a música se torna bastante mais melódica, nos mostra, que mesmo sendo uma banda de Deathcore na sua génese, os Inhuman Architects, não têm receio de utilizar técnicas fora deste género, dispondo de um vasto leque de sonoridades neste "Paradoxus", algo que aprecio imenso e que certamente fará com que tenham um público mais diversificado interessado em acompanhar o seu trabalho.

Apesar de serem uma banda Deathcore, em alguns momentos do álbum temos aqui momentos em que o Technical Death Metal prevalece na sonoridade de Inhuman Architects, quer seja pelos portentos blastbeats, os incríveis riffs de guitarra, quer pela entrega do vocalista Fábio Intfante em músicas como "Nephilim" e que resultam numa dinâmica interessante, quando combinados com o Deathcore, nota-se que esta é uma banda que não tem medo de arriscar e veio para deixar boquiabertos os seus ouvintes.


"Nibriu's Wrath" tem um crescendo apoteótico que culmina num frenético destilar de dilacerantes Fry Screams por parte de Fábio Infante.
É uma música que nos deixa sem fôlego pelo seu peso cataclísmico, mas que sabe abrandar o ritmo permitindo-nos respirar, só para no momento a seguir tirar-nos novamente o ar, com ainda mais peso e esta técnica só torna a música ainda mais pesada.


"Interplanetary Suffering", foi o primeiro single revelado ao mundo pelos Inhuman Architects deste "Paradoxus".
Ao longo da história da ficção cientifica vários foram os que escreveram sobre uma fórmula de restaurar a essência do ser humano e torná-lo puro através da eliminação das espécies e aqui os Inhuman Architects voltam a pegar nesse mesmo conceito, para inspirar as suas letras e dar corpo a uma música que aliada a um instrumental altamente técnico e pesado resultam numa excelente composição.


"Astra Natus Est", significa nascido nas estrelas em latim e os Inhuman Architects referem-se aos seres alienígenas que inspiram as suas músicas como criaturas que descem dos céus e vêm para raptar e sodomizar os humanos, pois para eles nós não passamos de simples hóspedeiros, e o seu único objetivo para com a raça humana é a procriação de half breeds entre alienígenas e humanos .
É uma música intensa, não só pela sua letra, que só por si, já é bastante visceral, como pelas dinâmicas instrumentais utilizadas pelos Inhuman Architects e quando a esta receita destrutiva ainda juntamos um solo de guitarra de José Sousa dos Grunt & Unfleshed, temos aqui todos os ingredientes para uma das músicas mais viscerais de todo o álbum.


"The Great Deceiver", tem umas excelentes linhas de baixo que transmitem um groove incrível, pelas mãos de Susana Gamito e que quando acompanhados pela bateria de Marcus Reis resultam bastante bem.
Fábio Infante ao irromper com os seus low growls, faz com que a música realmente ganhe forma.
Quando todos os instrumentos estão em perfeita sintonia os Inhuman Architects demonstram ser uma banda coesa e com uma técnica bastante apurada.
Nesta música, temos ainda a presença especial de Ricardo Guimarães de Afterbleeding, que ajuda a subir ainda mais o nível de intensidade, oferecido pelos Inhuman Architects, que mais uma vez voltam a explorar diferentes sonoridades, inclusive riffs Djent na guitarra.


"Night Intruders", anuncia o principio do fim, mas afinal quem são estes alienígenas invocados aqui pelos Inhuman Architects?
De acordo com a letra desta música tratam-se de seres celestiais que descendem dos céus nas suas naves, para vir trazer a destruição da raça humana invadindo um planeta que lhes é desconhecido, com tecnologia muito superior à que possuímos.

A raça humana nada pode contra estas criaturas que vêm trazer o caos, o terror e a subjugação de uma raça inferior, nada nos resta, é o fim dos tempos, tal e qual como os conhecemos.

Repeleta de blastbeats, e com um ritmo frenético, os Inhuman Architects ilustram através da secção instrumental, todo o horror que é vociferado por Fábio Infante.


"Vortex" suga-nos para um buraco negro de onde não temos como escapar.
Começando com um ritmo desconcertante, rapidamente os Inhuman Architects sobem a intensidade para níveis absurdos, repletos de peso e distorção, sucedem-se blasbeats, breakdowns e vocais cavernosos que combinados, culminam numa música intensa e que encerra este espetacular álbum de Deathcore da melhor forma possível.




Muito rapidamente quero só alertar para o concerto dos Inhuman Architects no dia 7 de Novembro no Chá das 4 que terá lugar no RCA Club e conta com os Rageful como banda de abertura, eu se não estiver a trabalhar nesse dia vou lá estar e conto com a vossa presença também.
Já agora, parabéns Fábio Infante esta review sai no teu aniversário de propósito, pois és uma besta de vocalista e um dos mais promissores artistas nacionais e mereces isto e muito mais, forte abraço da minha parte e de toda a equipa Not'Abaixo.
Vêmo-nos às 21h no Straight To The Core no facebook do Caminhos Metálicos e para quem leu esta review até ao fim dou-vos um brinde, os Inhuman Architects vão estar presentes neste segundo episódio, por isso sim são duas prendinhas da minha parte para o menino Fábio Infante.
Adquiram o merch espetacular da banda, eu já tenho o CD e a T-shirt, quando vier a long sleeve quero uma juntamente com um vinil, podem já reservar em meu nome.