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XPLORETHECLASSIC : Metallica - ... And Justice For All


Às vezes nem dá para acreditar, há 33 anos os Metallica deram-nos uns dos melhores álbuns com sonoridade “thrash”. Após algumas dores de parto, o álbum saiu, já com novo alinhamento na banda, em que Jason Newsted substituiu o adorado Cliff Burton (falecido num trágico acidente) e em que, para tristeza de fãs de baixo como eu, Jason limitou-se a seguir as linhas de guitarra de James e o baixo acabou por ser quase inexistente, dado que Ulrich assim o determinou, dizem as más línguas.
Foi na altura vendido com grande rapidez e, dentro do género do metal, está considerado como um "best-seller". Está recheado de riffs poderosos e brutais, uma bateria impiedosa, das melhores vocalizações de James e, infelizmente é o álbum em que o baixo menos se faz ouvir, como anteriormente dito, apesar de nos podermos consolar com a “Blackened” e a “Harvester of Sorrow”. 

A nível de guitarra, tem solos melodiosos e estupendamente deliciosos, especialmente os da icónica “One” (que deu azo a um videoclip), “The Frayed Ends of Sanity” e “To Live is to Die”, que, perto do fim nos faz arrepiar. Ali, elas falam e cantam um lamento profundo e melancólico, contendo ainda uma parte falada, com James a recitar excertos de um poema de Paul Gerhardt: "When a man lies, he murders some part of the world. These are the pale deaths which men miscall their lives.", e ainda: "All this I cannot bear to witness any longer. Cannot the Kingdom of Salvation take me home?", acrescentado por Cliff Burton, tendo estas palavras sido introduzidas como uma homenagem, dado que, este foi, supostamente, o último tema que compôs com James Hetfield.


Continua a ser, mesmo nos dias de hoje, uma autêntica bujarda de “power” e ainda serve de influência a muitas bandas mais recentes. Para mim este é um álbum diabólico e furioso, recheado com toda a adrenalina que procuro numa banda e com o tom de raiva na voz que tanto gosto, fazendo de James Hetfield o vocalista que mais adoro no planeta, desde o dia que o escutei pela primeira vez até aos dias de hoje, em que, apesar de mais velho e maduro, quando canta qualquer um destes temas ainda me faz estremecer de adoração e pura alegria.
Este álbum também continua a ser também um dos mais controversos e que dá azo a tanta discussão, entre os preferem o “Master of Puppets” e aos que preferem este. Eu recordo-me como se fosse hoje a ansiedade em que todos andávamos em 1988 com a saída deste álbum. Nem pensávamos que a banda conseguisse fazer melhor que o Master of Puppets. Eu contava os dias para poder ir escutar com alguns amigos o LP… ainda me lembro de tê-lo nas mãos à hora do recreio e adorar aquela capa com a estátua da senhora caída e vendada, a Justiça. Já agora fiquem a saber que a capa foi concebida por Hetfield & Ulrich e ilustrada por Stephen Gorman. Diga-se de passagem que até as letras do álbum são ainda relevantes na sociedade em que hoje vivemos… escutem lá a letra da “Blackened”, por exemplo….

Escutar este álbum do princípio ao fim foi e ainda é uma pedra total e, qualquer um que goste de Metallica também achará o mesmo. Ir ouvindo, pela primeira vez, cada tema um por um, adorarmos cada vez mais e ainda chegarmos ao fim e sermos puramente enxovalhados (no bom sentido) pela “Dyers Eve”. Que dizer daquela velocidade de dedos necessária para tocar nas cordas da guitarra? Ah bom. Pensei. Qualquer guitarrista vos irá dizer que é de ir à loucura, mas uma loucura viciante. Escutar este tema pela primeira vez foi como ouvir cavalos em desbarida, tal o galope de som e pujança de bateria. Quem nunca fez “headbang” ao som desta música e acabou com o pescoço completamente dolorido? E “moshar” ao som disto? Népía não?… E pular feito louco em cima da cama? Quem nunca? E fazer “air guitar” e descobrir que somos capazes das maiores acrobacias com a nossa coluna? Eu fiz e muito e ainda faço! Sempre adorei este álbum e ainda adoro. Sou suspeita, Metallica é a minha banda favorita, morro de amores por eles. Mas mesmo assim vamos ser educados e respeitadores e, quem não gosta, não gosta. Simples e sem confusões.

É, na realidade uma obra-prima e merece ser elogiada. Embora tenha alguns altos e baixos, os altos são bons e triunfantes. E sabem, são esses altos e baixos que fazem o álbum funcionar.  O ano passado, na comemoração dos seus 30 anos, os fãs ainda tiveram direito a um “Remastered Deluxe Set Boss” com muitos “goodies”. Link do Spotify aqui O álbum está vivo e recomenda-se para qualquer fã de “thrash”. Venham de lá mais 30 anos senhores dos Metallica.


Claro, Metallica merece esta pontuação porque continua fresco, actual e muito relevante