Final Veredictum: Wrath Sins - The Awakening

Os Wrath Sins são uma banda que pratica um Thrash progressivo com uma sonoridade única que se demarca das restantes bandas do underground nacional e essa é a razão pela qual queremos mostrar-vos o seu trabalho.

Formados em 2012, a banda é composta por: Miguel Silva (guitarrista e vocalista, Rui Coutinho (guitarrista), Ricardo Nora (baixista) e Gaspar Ribeiro (baterista).
A sua primeira música foi lançada como Demo em 2013 e intitulava-se, "Hierarchy" (disponível no bandcamp da banda), em Setembro de 2015 após 2 anos de maturação trouxeram-nos o seu álbum de estreia, Contempt Over The Stormfall, e em 2018 lançaram este The Awakening que hoje vos trago.

O álbum inicia com a intro intrumental, Beneath Black Clouds, que tem a duração de
pouco mais de dois minutos e ajuda a definir muito bem a ambiência e sonoridade que os Wrath Sins nos irão desvendar ao longo de todo o álbum. Logo aqui já se notam as tendências mais Prog desta banda.

Unquiet Heart inicia onde a intro findou com um riff que começa logo bastante rápido e pesado acompanhado por uma bateria bem marcada.
Ao longo desta música vamos nos apercebendo de que esta é uma banda com bastante técnica e uma sonoridade diferente do que estamos acostumados.
Aqui o Prog e o Thrash fundem-se num só e os vocais de Miguel Silva apesar da agressividade característica do género trazem também momentos de melodia que ajudam a dar densidade à música.

Shadow's Kingdom é uma música onde as guitarras derramam riffs poderosíssimos e técnicos onde a tendência mais Thrash da banda, prevalece.
É uma daquelas músicas de fazer Headbang do início ao fim.
Quanto à letra da música não posso deixar de referir o excelente trabalho feito pelos Wrath Sins.

The Sun Wields Mercy é outra grande demonstração de que o peso do Thrash e uma abordagem mais Prog com várias oscilações rítmicas podem resultar muito bem.
Quanto à sua composição é uma música muito bem conseguida e que mostra toda a técnica que os Wrath Sins conseguem trazer.

Strepitant Mist mostra novamente o lado mais experimental da banda que nos envolve numa névoa onde a componente instrumental nos permite ouvir toda a versatilidade e técnica
Quatro minutos e cinquenta e quatro segundos de puro peso instrumental.

Na penúltima The Awakening  gostei especialmente das partes do refrão onde podemos ouvir em toda a sua magnitude os vocals de Miguel Silva, mas também dos grandes riffs de guitarra que aqui encontramos.

Silence From Above encerra o álbum com uma calmaria que não tinha sido ouvida até aqui mas que rapidamente desaparece assim que a sonoridade mais Thrash resurge.
Mais uma grande música que encerra o álbum com uma grande componente instrumental e peso mas também bastante experimentação.

The Awakening é um álbum bastante sólido com boas ideias e uma sonoridade carregada de Thrash e tendências mais progressivas.

Em relação ao anterior mostram ter evoluído e isso ouve-se no resultado final das músicas, no entanto algumas parecem repetir-se em termos da sua composição. 

Esta é uma banda que apenas vai agradar a um certo número de pessoas com um ouvido mais virado para o Thrash e para o Prog.

Apesar de serem uma banda bastante recente apresentam-se como uma alternativa para quem procura uma sonoridade diferenciada.

A minha recomendação é ouvirem e explorarem não só este álbum mas também o anterior Contempt Over The Stormfall e claro ficarem atentos aos seus novos lançamentos.

Brevemente os Wrath Sins preparam-se para lançar a trilogia Kalopsia que antecederá o seu terceiro álbum de estúdio.

Kalopsia será dividido em 3 capítulos distintos. I. Bleak, II. Redemption e III. Origins, veremos o que o futuro reserva para esta banda promissora.