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DISCOGRAPHIA VITAE: HOCHIMINH


Os HochiminH (HH) são uma banda dentro do género do Metal com sonoridades pesadas q.b, com raízes em Beja, Portugal, e que teve o seu começo em Dezembro de 2001, pela iniciativa de Skatro, seu vocalista.  Aproxima-se assim os vinte anos de existência da banda. Vamos então dar um passeio pela sua discografia. Mais uma vez aquilo de que falo é sempre o que sinto por um som, uma voz, uma melodia. Posso sempre falar levemente de aspetos mais técnicos, mas não sou música de formação, nem de profissão, por isso penso que não vou falar muito extensivamente da componente técnica.

Agradeço desde já o convite da equipa do Not'Abaixo para elaborar esta "Discographia Vitae" da banda, que ficará aqui para sempre e que espero eu que, de muitos anos em frente, seja visitada por futuros fãs, daí que eu escreverei sobre a música deles de uma forma mais detalhada. Deixo o alerta então que será uma leitura um pouco mais extensa e sim, adoro detalhar tudo. Tudo o que aqui está reflete a minha opinião pessoal e toda a informação que disponho foi recolhida pela internet, apesar de saber alguns factos contados pela própria banda nos concertos que dão. Se encontrarem alguma incorreção, queiram por favor fazer chegar o pedido de alteração. Mais uma vez, vamos então começar a nossa viagem?

Demo de Lançamento
 Way of Retain  // Reload // Signs // You Let It Flow 
A banda lança este seu primeiro trabalho em 2004, uma demo com 4 temas, já sobejamente conhecidos, dos quais a "Way Of Retain" e a "Reload" são as notoriamente mais conhecidas.  Aqui com a formação inicial composta por: António Aresta e João Rosa nas Guitarras, João Ramos AKA Skatro na voz e máquinas, João Pina na bateria e João Franco no baixo. 
Formação Inicial - Foto retirada do Facebook Hochiminh

O que se pode dizer deste primeiro trabalho? Quando se escuta pela primeira vez, em formato gravado, sente-se que a banda aqui imprimiu um género bastante industrial à sua sonoridade, com "riffs" de guitarra velozes e com distorção, uma bateria que tem uma sonoridade específica, com uma batida muito cativante e ritmada, estando eu quase garantidamente convencida que este toque de bateria e esta originalidade se deve muito a quem se encontrava atrás dela. O baixo, naquilo que é, para mim, uma das boas características da sonoridade dos HH, tem também a sua presença bem vincada. Claro, o que distingue muito a sonoridade Hochiminiana é a inclusão do elemento "máquina" ou "sampler" que introduz sons pré-gravados e misturados através dos temas, isto colocado da forma mais simplista possível. Os temas são todos ritmados, contagiantes e com líricas que apelam a valores e falam  em termos gerais da vida em sociedade, uma primeira incursão a sério no rumo que pretendiam dar à sua música. Skatro, já aqui, utiliza a mistura de vocais limpos com uma vocalização mais gutural e rude, muito associados ao metal industrial também. Ao contrário do que se possa pensar, e, apesar de gostar imenso do trio mais conhecido, é na "Signs" que eu encontro aquilo que, para mim, define muito o que HH tem de inovador e futurístico. Adoro imenso o ritmo, a melodia e a sonoridade eletrónica inserida a fazer lembrar videojogos.  E sim, as vocalizações são desafiantes e interessantes e até estremeço a escutar aquele berro a partir dos 2,53 até ao final. Todas as vezes. Aquilo agarra, e, além disso demonstra imenso a capacidade vocal de quem está a dar o berro.  Podem escutar aqui em baixo.

"IT HAS BEGUN" 
Intro // My Decline // Aside // My Own Enemy //  Way of Retain  // I Hope You Never // The Edge // Reload // The Greatest // It Feels Like a Whore // The End (com bónus track Fight)
Lançado em Abril de 2009, com o selo da Raging Planet e Sons Urbanos, o "It Has Begun" incluiu, da Demo de 2004, os temas "Way Of Retain" e "Reload", temas suprasumos e amados por todos os seus fãs, antigos e mais recentes, O álbum incluiu ainda uma "Intro" e 8 faixas originais. A banda evoluiu muito distintamente a sua sonoridade, onde, na minha opinião, e daquilo que oiço e sinto, abrangem o metal no geral, dando eu muitas vezes esta descrição acerca da banda: "Têm uma sonoridade pesada no reino do metal, com umas ramificações no industrial, dado que inserem diversos subgéneros do "heavy metal", "thrash", "core", usam "riffs" de guitarra rítmicos e repetitivos e ou distorcidos ("power chords"), "samplers", sintetizadores ou sequenciadores (componente electrónica) e vocais guturais/melódicos, em suma atitude "underground" e vanguardista ", brincando eu às vezes com o conceito "industrial-electronic-crossover-metal".

Interlúdio: O que deixei foi de os catalogar. São únicos e originais, não soam a ninguém para mim, soam a eles mesmos. É isso que para mim os torna tão preciosos. Eles têm o seu próprio "género" e a sua própria essência e deveria a comunidade em geral era de deixar de querer colocar um rótulo bonito à banda, só para que se enquadrem nos ditames da sociedade musical e sejam vendidos como mais um produto. E que entre a malta se possa dizer: "ah soam a este ou àquele". É então preferível que digam que têm uma componente de metal industrial e não acrescentem mais nada. Fim de interlúdio

Para mim, todo este álbum é de uma brutalidade absoluta, desde sentir a secção rítmica dos temas, que me ressoam sempre no peito e nos ouvidos de uma forma explosiva, aquelas guitarras tão belicosas e rudes mesmo, mas até somos brindados em alguns temas com solos, algo que sempre gostei no metal. Agressividade em estado líquido. O baixo está tão presencial, tão presencial que foi a última martelada para me render em absoluto à sonoridade desta banda, após os ter visto ao vivo e na altura ter somente escutado o trabalho mais recente. E que dizer da bateria? Aquelas pancadas, cada uma é como uma onda que nos atinge e atordoa. Uma secção de bateria sempre a espreitar e em alguns temas domina mesmo, dado que é ela que imprime aquela vibração de tirar o pé do chão e de desatar a pular feitos doidos. A componente electrónica está presente também, com muito ritmos e melodias providenciados pelas máquinas, "backing vocals" e afins. A "Intro" é a maior prova da sonoridade de maquinaria no álbum. Sempre inserida com uma precisão de admirar. Digo sempre que o responsável pelas máquinas é um génio. Será que quem escuta também dá pelas nuances que eu escuto através das guitarras, bateria, baixo ou voz? 
Chegamos ao vocalista, em que, para mim, está aqui concentrado neste álbum todas as vocalizações que procuro numa voz. Vocaliza, tanto de uma forma agressiva e brutal, com aquilo que me refiro sempre como "rosnar", porque é mesmo isso a que me soa, como tanto de melódico/vocal limpo, que é de arrepiar, com ênfase em certas vocalizações, onde eleva a voz sem ser a gritar/berrar, que me fazem arrepiar sempre da cabeça aos pés, sentindo sempre uma onda de eletricidade pelo corpo, tal é a frequência que atinge e que ecoa pelo ar.  Os berros então são diabólicos, tem um "screamo" apelativo (vamos então dar nomes técnicos às coisas). Deveria voltar a apostar nisso, mas quem somos nós senão meros fãs? Ou seja temos rap, berros, melódicos e guturais. Neste álbum, para mim, a voz de Skatro é o coração de HH e aquilo que sela sempre em definitivo, com ouro sobre azul toda a sua sonoridade. Mesmo assim, a banda como um todo funciona excelentemente bem da forma que funciona, porque todos eles se sincronizam e todos eles imbuem o seu cunho na banda. Neste álbum, apesar de adorar todos os temas e ao contrário do que possam pensar adoro acima de todos os seguintes temas:
"Aside", que, para mim, tem tudo a ver com a banda, tanto a nível de letras e a mensagem que passam, como pela sonoridade, que penso que está em linha do que pretendiam deste álbum. E porque é brasa mesmo! Carvão puro!
"I Hope You Never", o tema que me agarrou logo ali no dia que o escutei, em 2018, no evento do "Back to Skull". HH cravou as garras fundo com este tema e não largou mais. Gosto especialmente de escutar por causa da letra e cantarolar o segundo verso. E também por ter uma batida de tirar o pé do chão. É que aquilo contagia.
"The End", o tema que me "brutaliza" sempre, no bom sentido, dado que, no álbum, tem o melhor "riff" de guitarra e a velocidade que tanto adoro e que será posteriormente reintroduzida no EP "Shout It Out", tendo também ali uma passagem de baixo de deliciar e ainda as melhores vocalizações do álbum. Todo este tema é aquilo que me descreveria a mim musicalmente, daí o adorar tanto. 

Como "easter egg" temos ainda, escondido e como surpresa, a seguir ao tema "The End", o tema "Fight", que incita à luta e que mostrava que a banda estava pronta para levar a sua avante. E que "power"!! Arrasa forte. Podem escutar o "The End" aqui embaixo. 

Em 2017, e após um hiato de alguns anos, HH regressa ao seu público, lançando este EP, o "Shout It Out", através da Raging Planet Records. Numa pesquisa pela internet e após consultas de algumas entrevistas, era apanágio da banda evoluir para uma sonoridade mais atualizada, dado a sua longa ausência e optaram por entrar também um pouco no campo da inovação e da experimentação e trouxeram-nos então este EP, que, para mim tem uma componente eletrónica muito vincada, mantendo aqui as máquinas uma grande presença. Muito se debate se é do género "metalcore" ou se se mantém industrial, ou seja lá o que for. Penso que essa resposta caberá somente a quem produziu o som, mas não consegui obter resposta a tempo para incluir aqui no artigo. Por esta altura uma mudança no baixista, saindo João Franco e entrando Carlos Guadalupe.
Foto retirada do Facebook de Ho-Chi-MinH
Ao escutar continuo a sentir o "vibe" do industrial, dado que mantém a fórmula de inclusão de máquinas e de sintetizador . Dentro do género eu inclinar-me-ia para um "melodic metalcore" com uma componente eletrónica, mas lá está, já desisti de rotular algo que tem uma sonoridade muito original e soa a algo único. Algo que já me apercebi que desagrada à larga maioria dos ouvintes. A necessidade de catalogar é impressionante. Vamos então antes dizer que tem uma sonoridade espantosa, veloz e com uma pitada futurística, onde somos inclusive presenteados com "breakdowns" e "blastbeats" de fazer abanar a cabeça à bruta. A "Liar" arranca com o "riff" da "The End", (para quem não deu conta) e daí pega num ritmo veloz que é o que neste EP eu tanto adoro. Dois temas carregados de adrenalina, a "Liar" e a "I Am", mas ao mesmo tempo as partes melódicas cativam e agradam. As guitarras furiosas e aquela rapidez nas cordas, a bateria a martelar impiedosa. O baixo espreita aqui e ali, complementando a sonoridade do EP. 

Vamos sentindo a componente eletrónica com bastante presença.  É daqui também que vem o tema que eu mais adoro em HH, e que dá nome ao EP o tema "Shout It Out" e que é alvo de muita controvérsia aparentemente. Adoro a "intro", faz-me lembrar o bater de um coração apaixonado e que bate descompassado .... e por todo o tema sinto um pulsar, tal e qual como um coração bate no nosso peito. Pode até não ser, mas é o que sinto no ritmo e melodia da canção. Não deixa de ter uma carga adrenalinica imensa e é pontuada por um coro melódico lindo de se escutar e ao que parece é isto é que é o busílis da questão. Meus amigos é isto que o metal tem de bom. Tem espaço para tudo! Apreciem a capacidade de inovar e experimentar de uma banda e não sejam tão rápidos a julgar. Ainda arranjaram espaço para uma cover do "Enjoy the Silence" dos Depeche Mode, que eu até prefiro em relação ao original e que está brutal! Do ponto de vista de vocalização, sim escutei uma grande subida na voz de Skatro, que aqui é mesmo tanto demoníaca como angélica. O leão ruge e ruge "loud and proud". Continua com a sua voz única e que novamente sela todo o EP com chave de ouro. HH mesmo assim aqui conseguem ser brutos com um lado doce, claro não irão agradar a todos, mas a larga maioria adora. Podem escutar aqui em baixo a "I Am", com a sua linda frase "I am the one that oblitered you" e que me obliterou mesmo. :)

ASHES
Alive // Madness // Blindness // Ashes
Tendo a banda retomado atividade, andavam pelos vistos com fome de produzir mais, e então, em Setembro de 2018 lançaram mais um EP, o "Ashes", composto por 4 temas. A banda com este novo trabalho procurou certamente encontrar um rumo no que diz respeito à sua sonoridade e do que ela trata. Claro, eu escuto e mesmo assim, com a inclusão das máquinas, eu irei sempre inclinar-me para o industrial seguido de "uma definição" qualquer. A sonoridade está mais CORE. O metal está diferente, já não roça tanto uma sonoridade "thrash" e já se aproxima mais do "metalcore progressivo", às vezes dando vontade de dizer "Got Djent?" :) não voltando eu a parafrasear "desisti de rotular". Que dizer do EP "Ashes"? A começar pela bujarda sonora que é o álbum todo? Espanta-me quem acha aquilo "fofinho".  O som arranca poderoso, num crescendo de ser cada vez mais bruto no seu som, destilando raiva e fúria pelos temas todos.  No novo alinhamento já contamos com Pedro Reis no baixo, dada a saída de Carlos Guadalupe, sendo que este baixista trouxe uma aproximação ao baixo diferente, com uma componente técnica mais vincada e para mim neste EP o baixo arrasa.

Foto retirada da página de Facebook de Ho-Chi-MinH
Aquilo que encontro neste EP é mesmo muita fúria, muito power, estando a sonoridade mais pesada. Aquelas marteladas eletrónicas soam mesmo a um "bater de de punhos na mesa", como quem diz "BASTA!". Os famosos "breakdowns" estão lá inseridos, ou não fosse o produtor envolvido neste álbum, um conhecedor do género "CORE".  Para mim é um EP rude, bruto e agressivo. A nível de voz, nota-se a constante procura de uma "vocalização" própria ou mais filtrada, ou mais centrada ou afunilada, o que lhe quiserem chamar. Definir finalmente o estilo ou quiçá especializar-se numa determinada forma de berrar/cantar? Temos ali uma Besta a cantar do principio ao fim, quase que deixando de lado a componente mais limpa da sua voz, sendo inclusive o tema da Ashes todo ele cantado de forma agressiva e dramática. Surpreende-me sempre a capacidade que certas pessoas têm de imprimir sentimentos na voz e de nos fazerem sentir tudo o que cantam.  Resta-me mencionar a "Alive" que é o tema mais conhecido e cantado do EP pelos fãs. A abrir com um lindo coro, com um "breakdown" brutal logo do início e com uma mistura de som mais duro vs mais "soft" faz deste tema o tema do EP. De qualquer das formas disponibiliza-se o novo vídeo do "Ashes" (produzido pelos Dirty Sock) para escuta aqui em baixo.


A banda, que está mesmo com fome de mais música, lançou entretanto um novo álbum, o "This Is Hell". Já apresentaram dois temas ao vivo e se desejarem podem ler a minha análise sobre esses temas no website da World Of Metal, aqui. Também se aproveita para deixar a nota de que saiu o baterista João Pina e entrou o David, que após algum tempo teve que deixar a banda, e entrou para o seu lugar Arlindo Cardoso.

Foto por Dirty Sock - Da esquerda para a direita, alinhamento atual:
Rosa (guitarra)-  Arlindo (bateria) - Reis (baixo) - Skatro (voz/programação) - Aresta (guitarra) 


Artwork por Gustavo Sazes

Com este lançamento aqui estou eu, para uma colaboração especial com o Not'Abaixo, para vos trazer uma análise a este álbum. Antes de mais, a minha gratidão para a equipa do Blog Mais Pesado, que, apesar da minha saída, manteve a porta aberta para que eu pudesse sempre regressar, ou para fazer colaborações mais especiais e claro, tinha ficado a promessa que voltaria para atualizar esta discografia assim que saísse o álbum. Ora então, posso já avançar que a banda experimentou, criou e apresentou algo que não é propriamente a sonoridade "hochiminiana", que muitos conhecem, mas ao mesmo tempo são. Eles estão ali. 

Abertura com a "Break It", que tem um som tão metálico e agreste, que te atinge à bruta os sentidos. Os instrumentos descarregam a raiva e aquelas pancadas, pura fúria. A voz sempre a rasgar o ar e aquela parte da voz demoníaca no fim? Segurem-se. Seguimos para a frente e, sem piedade levamos com a "Wasted". Da voz que vocifera e que está tão cáustica, que nos censura pelo desperdício, ao som em si, tão contundente, com variações dentro do ritmo que nos agarram logo ali. Ou se ama ou se odeia. Não há meio termo com esta malha. Aquele ritmo que nos faz bater com o pé e abanar a cabeça. O baixo está maravilhoso, sem desprezar o trabalho de bateria. "Instant Favourite" e Bomba Sonora "indeed".

WASTED




Temos três interlúdios - "I Guess You Know, Staring At You, Deep But Close". A alma de HH, a programação, presente no álbum, através de todos os temas, mas aqui muito mais destacada. As "machines", como são carinhosamente apelidadas pelo seu programador. Esta será a tão afamada componente Industrial da banda. 
Temos aqui de seguida um valente duo."Let Them Suffer" e "Stay Away". Somos bombardeados com uma vocalização agressiva, que quase nos apaga e martelados com um baixo e uma bateria de atordoar até o mais forte. Aquelas cordas atordoam mesmo. Qualquer baixista que se preze vai adorar esta malha. Com a "Stay Away", um tema que a banda apelida de "Ashes V2 baseada na Reload", veloz e melodiosa, com uma sonoridade e ritmo nas guitarras, tão característico de HH, e com a participação especial de Eddie, vocalista dos Hills Have Eyes, que, ao juntar os seus berros contundentes, aos tão característicos berros roucos do vocalista de HH, dá "zazz" ao tema e eleva imenso a fasquia do que é ter dois vocalistas tão diferentes a colaborarem, e a tornarem este tema num tema único dentro do álbum. O ritmo que tem é viciante. 

STAY AWAY

Estávamos já nós "maltratados", com tal brutalidade sonora que nos acompanhava até aqui, que, desculpem, nem os interlúdios nos salvaram, somos impiedosamente perfurados pelo som mais "in your face" do álbum. A "Paralyse" destila fúria por todos os poros. Atinge os ouvidos de uma maneira especial. Rotativas, engrenagens, aquele som em parafuso e a pura agressividade em estado liquido das vocalizações. É o tema da pujança. Garantido que quem gosta de sons mesmo pesados, vai gostar bastante. Não há videoclipe lançado pela banda, mas deixo-vos aqui uma performance ao vivo, que foi filmada em Leiria, fevereiro 2020, no Stereogun, só para verem o power ao vivo.


Agora, será que no alinhamento levaram em consideração o nos terem atirado com toda esta agressividade e, após nos terem pregado um "sermão" com o tema anterior, quiseram mimar-nos?

"Crawling". Pérola. Ritmo. Som. Velocidade. Que tema. A verdadeira lufada de ar fresco no álbum. Um mimo aos ouvidos.  Metal na mesma, mas tão harmonioso. Tem kick e poder na mesma, com aquelas guitarras e que eu adorava dizer-vos: "que ritmo alucinante". Como não nos perdermos no ritmo dela? A voz de Skatro aqui está com aquilo que sinto de três tipos de vocalizações. Os berros roucos. Aqui e ali algo mais gutural e aqueles melódicos maviosos e alongados. 

CRAWLING

Continuem a acompanhar-me, porque a viagem ainda não terminou. Na sequência da "Crawling", entra em cena a "Scars" e, estando nós maravilhados com aquela entrada tão melódica e épica, que nem estávamos preparados para a tareia sonora que veio a seguir. O tema que é um carrossel, que nos leva a viajar em emoções. Tanto na voz, como no instrumental, sente-se a raiva e desprezo aos momentos iniciais, aos berros a seguir que soam a aviso, até às partes melódicas, com aquele coro brutal.

Estando-nos nós a recompor ainda, entra o tema. O tema que também deu nome ao álbum. A faixa "This Is Hell". Começa de forma prometedora e, para quem não sabe, em Agosto de 2019, Skatro levou os seus filhos, Guilherme e Gonçalo, para as gravações das vozes e imortalizou-os neste álbum através deste tema, porque, nas partes "Find Yourself, This Is Hell" são eles três em coro a cantar isso.  Podem espreitar  AQUI. O tema contém uma mensagem muito poderosa, a sonoridade é complexa, mesmo a nível de ser algo associado ao metal em si.  Amei aquele "whoaaa" aos 0.52. Adorei a passagem "Just burn, burn, this is hell", tanto da parte instrumental como da vocalização. E que dizer daquele final? A voz de Skatro rompe através da parte instrumental com aquele "Make yourself at Home, feel the warmth, let it all burn" (a banda em todo o álbum esmerou-se nos finais).... Com a "Let It All Burn", encerramos o capítulo. Este trecho é um trecho em piano, tocado pelas mãos do Pianista Fernando Pessanha, que participou aqui a convite da banda.

THIS IS HELL

Um fecho de ouro para um álbum tão esperado durante dois anos e que me deixou já ansiosa pelos próximos trabalhos, porque de certeza que lhe tomaram tanto o gosto a se reinventarem, que aposto que vem aí a próxima evolução de HochiminH e eu vou estar lá para ver.

A banda, como forma de contornar um pouco a pandemia que grassa neste momento, fez uma apresentação assim fora do normal do álbum a 31 de janeiro, data oficial do seu lançamento. Podem espreitar aqui esse direto e ter a oportunidade de conhecer um pouco os seus membros e ouvirem alguns temas.  THIS IS HELL


Atribuição da pontuação 5 caveiras em 5, porque este álbum tem tudo para mim. Pela enésima vez gostaria de dizer que a banda, para mim, não se limitou a chegar a um estúdio para escrever ou compor mais música, só porque lhes dava jeito ou por capricho.  Dedicaram o seu tempo, a sua atenção e esforço a inovar, a experimentar e a tentar trazer novidades e mesmo poder cativar mais pessoal, demonstrando que ainda estão aí para as curvas, e foram inclusive atrás de novas sonoridades a roçar o mais pesado e obscuro q.b. tanto nos instrumentos, como nas vocalizações. Foi e é em absoluto um álbum com um rodízio de sonoridades, capaz de nos colocar os sentidos todos a abanar. 

VÁ CARVÃO!!

Fotos dispersas

Podem encontrar o álbum online em:  You Tube Music e  Spotify

Segue os HochiminH nas suas redes sociais:


Espero eu que tenha aguçado a curiosidade a quem não conhece a banda, dêem-lhes uma oportunidade e escutem a discografia e se gostarem podem vir a encontrá-los em Beja, por volta de Junho, no Teatro Pax Julia, restando-me dizer que esta banda ao vivo em palco é das mais energéticas que conheço, e orgulho-me sempre de dizer que a banda que tanto aprecio é de "Power Moves Only".  A não perder sempre que possível. Agora o futuro o dirá se volto cá daqui a uns anos para atualizar a discografia. Esperemos que sim.