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FINAL VEREDICTUM: BEAUTIFUL OBLIVION - ISSUES

Pela primeira vez no Not'Abaixo vamos analisar um álbum pop. Porquê? Porque eu quero, posso e (ainda) mando.
Bem, eu já acompanho Issues desde a minha fase "emo" que durou demasiado tempo. O meu telemóvel estava repleto de coisas muito distantes e acabei a ouvir os dois extremos. Tanto estava a ouvir Mayday Parade ou My Chemical Romance como puxava para a faixa seguinte e era Suicide Silence e Thy Art Is Murder. No meio desse mix estavam os Issues, uma banda formada por Tyler Carter (artista e pessoa que eu respeito muito, acompanhando todo o seu trabalho, inclusive o seu projeto a solo que o ano passado recebeu um álbum) e Michael Bohn (que já não está nesta banda por divergências criativas justificadas, agora que ouvi o álbum).
A banda esteve com problemas desde o seu ultimo lançamento, Headspace, que foi lançado em 2016. Uma obra-prima que pouca gente conhece do metalcore...post-hardcore...groove metalcore(?)...
É assim, Issues sempre tiveram a sua onda. Nunca andaram na maré do povo e criaram a sua própria praia.
Em 2019, depois de mudanças do line-up e até problemas económicos, a banda volta com uma proposta completamente diferente das anteriores, no entanto, com uma formula revigorada.

Faixas como Drink About It, Rain e Get It Right são precursoras de um som mais groovie que não dispensou os ensinamentos dos trabalhos anteriores. São as faixas que melhor descrevem a banda com nuances tão próprias como rebeldes. Rain por exemplo, faz lembrar uma faixa do Headspace chamada Hero que já era óptima. Esta, com a mensagem que trás, está ainda melhor, na minha opinião.


Taping out, Downfall e Second Fall já pegam mais no seu lado pesado de tempos anteriores. São faixas mais pesadas e com variantes mais a tender para o passado do Metalcore da banda. Temos até direito a berros aqui e ali (muito raro, senhores).


Depois temos faixas como Flexin e Find Forever que são a definição do quão pop este trabalho é. É técnico e não é todo o ouvido que chega lá à primeira. Eu confesso que quando ouvi a Flexin a primeira vez pensei que este álbum estava condenado ao rótulo de bubblegum pop que tantos odeiam e que tantas bandas acabam por fazer para justificar algum do income. Eu acabei a adorar pois foram as faixas mais difíceis de descortinar e entender. São faixas que tem um pingo de humor negro misturado com ironia e muitos ritmos dançantes. Todos estão de parabéns pois estas faixas estão qualquer coisa, e não me opunha nada a ouvir estes bangers na rádio. Até ficava contente. Não são de todo músicas vazias com ritmos fáceis - mas são bastante contagiantes.





Issues voltaram e a proposta de futuro é arrojada. Têm potencial e este álbum explode com a quantidade de elementos marcantes que possui. Ainda assim é um álbum com três direcções distintas que pode significar que ou estão a experimentar para um futuro mais coeso, ou estão sem um rumo definido. Ainda assim Beautiful Oblivion é um álbum que não é para Metalheads de panteão que só ouvem do verdadeiro Thrash e tudo o que não seja parecido ao seu elitismo não é verdadeiro metal. Este álbum é para aqueles que querem escutar pop mais consistente. Mais jovial e fortalecido por riffs complexos, este trabalho é um misto entre uma pista de dança e uma consulta com um terapeuta.