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Discographia Vitae: STEAL YOUR CROWN


Formados em 2004, em Almada os Steal Your Crown já andam nestas andanças há 15 anos.
A banda da MSHC já teve vários membros e ao longo dos anos tem sofrido algumas alterações, entre os membros estão Dice e Gil (vocalistas), Kolde e Vynn (guitarristas), Jonny e Fred (baixistas) e Pedro Lyfe e Bafo (bateristas).
Em 15 anos a banda lançou duas Demos, dois álbuns e um split.
O Dice foi um bacano e em 2018 recebeu-me à porta do prédio para entregar-me em mãos o Self-Titled e o Throne Of Infamy autografado.
Desde aí que fiquei de os analisar... A espera acabou e chegou a hora de passar todos os trabalhos da carreira dos Steal Your Crown de fio a pavio.
Vamos lá então dissecar este legado e perceber o porquê de serem um dos grandes nomes na história do Hardcore e do Underground nacional.


Composto por 4 músicas, a Demo Two Sides Connection marcou a estreia dos Steal Your Crown em 2004.
Take Me For Granted abre as hostilidades, nela ouvimos um sample introdutório e depois despejam-nos Hardcore puro para cima, tal como gostamos. 
De certeza que estas músicas resultaram bastante bem nos primeiros concertos ao vivo, pois são bastante antémicas e apelam ao sing-along.
Nenhuma das músicas ultrapassa a marca dos 3 minutos, o que não me surpreende pois o Hardcore quer-se rápido e eficaz, tal como uma bela chapada.
Quero só falar também da música que dá o nome à Demo, onde ouvimos já umas grandes bass lines e  uns toques de bateria bem pesados.
Logo neste primeiro trabalho, percebemos que estes senhores chegaram para partir tudo.




Apenas um ano depois regressam com uma nova Demo, All Or None.
Aqui a fórmula mantém-se classic Hardcore do mais raw e puro que existe, grandes malhas e mais peso que um camião TIR carregado.
Se em Two Sides Connection a banda ainda se estava a estrear, aqui já percebemos que um ano ajudou a preparar novas malhas e a definir melhor a identidade da banda.
Isso é audível logo na primeira Face the Kingz, que até tem uns guturalzinhos pelo meio algo que me agradou bastante.
Toda a banda tem uma grande presença em Gangfight sendo a música que mais bate nesta Demo.
Ride With Fame é aquela música que é mesmo para abrir o pit.
All Or None mostra uns Steal Your Crown mais coesos e deixa-nos com vontade de começar a mandar rotativos no pit, agora só falta vir o álbum porque estas 2 Demos já mostraram que esta banda veio para ficar.





"Yo, time is now it's gonna happen we about to do this!"
E assim começa 2 anos após All Or None, o primeiro álbum dos Steal Your Crown, o MCD.
Laylow totalmente in your face do ínicio ao fim.
A letra de Enough Is Enough é impiedosa e mostra o lado mais visceral dos Steal Your Crown, isto no pit deve ter rachado tanta cabeça...
Streetly Street inclui a primeira participação do álbum e aqui temos um feat de Markinho Southbreed.
Aqui o pace é rápido e não dá espaço para respirar mas não é por isso que as guitarras se desleixam, temos aqui excelentes riffs e a bateria não pára.
Walk Tall é onde vemos a secção instrumental da banda com voltagem máxima e aqui tal como no resto do álbum Dice tem uma excelente delivery que convida a várias audições.
For Real mostra o lado mais street style dos SYC onde convidam Booga (Campo Minado/ Ruthless Breed), para uma faixa explosiva e onde o clima é de cortar à faca.
Este álbum termina com um grande Outro com um Rap de J Cap que fecha em grande um álbum que não tem medo de ir buscar outros géneros sem nunca perder qualidade, a meu ver é uma excelente adição e que merece ser ouvida.
Se vieram à procura de peso, não procurem mais, aqui têm algum do melhor Hardcore nacional.
Logo em 2007 os Steal Your Crown definiam as regras de um jogo onde ainda poucos davam cartas.




Passaram-se 6 anos e em 2013, os Steal Your Crown voltaram em força e mostram logo isso na música SYC que abre o álbum.
Last Chance, L.C.B.B e Family Heritage são rápidas e não dão hipóteses, aqui temos aquele lado Hardcore mais raw e in your face que já mostraram no MCD. O ritmo convida ao 2step e puxa por nós, aqui as bass lines voltam a brilhar e toda a banda mostra uma grande performance, grandes riffs de guitarra e a bateria sempre a partir tudo.
Dice e Gil não nos poupam e mostram o que de melhor se faz na MSHC.
Die 4 Mine apresenta-nos a primeira de muitas grandes participações neste álbum, aqui é a vez de Ricardo (Omited Gr) entrar no ring.
Ride With Fame renasce das cinzas da Demo All or None com uma cara renovada. Aqui temos uma aparição do rapper NGA e de Ema (Juicy Records) que na minha opinião é a versão definitiva desta música. O rap e o Hardcore conjugam-se numa grande malha que mantém viva a raiz do Hardcore das ruas e mostra as influências do Hip Hop que estão nas veias dos Steal Your Crown.


For Real II vem suceder a primeira parte presente no MCD com grande carga e peso na nossa cara. Aqui Domy dos Not Without Fighting entra a rasgar e esta participação combinada com os Riffs orelhudos e Hardcore bem pesadão e in your face a que os Steal Your Crown nos têm vindo a habituar e temos aqui uma malha de sucesso. A utilização de Down Tempo e Breaks interessantes conjugam-se bem com as partes mais rápidas desta música. A bateria? Potente como sempre, estes pratos já sangram de tanto levarem porrada.
O.M.F stands for Omni Momentum Familia e começa com uma secção de guitarra bem rápida e conta com a participação do grande Mike dos Grankapo, que união duas das maiores bandas do Harcore nacional juntas, assim está bem.
City Lights faz abrandar o ritmo e conta com a participação de Carina & Frazão dos Human Choice. Gostei bastante da conjugação da voz feminina de Carina com o Hardcore pesadão dos Steal Your Crown e Frazão ajuda também a tornar esta numa grande música, isto conjugado com os instrumentais on point e temos aqui uma grande malha.


No Respect e Wasted são aquelas músicas de hardcore com mais mudanças rítmicas, duas belas chapadas na tromba.
The Connection começa com tiros e berraria e fecha o álbum com uma malha de Hardcore com grandes riffs de guitrarra, bateria on poin e vocais in your face e com grande presença. 
Conta com a participação de White (69 Balls), Booga (Campo Minado/ Ruthless Breed) e Dilone (Last Hope MSHC).
Como se não bastasse os Steal Your Crown ainda incluíram uma versão ao vivo de Streetly Street retirada do MCD.



Em 2017 os Steal Your Crown regressaram com o Split EP Kings Don't Live Forever que os junta aos Angel Crew.
O EP faz parte de uma edição em vinyl limitada a 300 unidades produzida pela HellXis Records, encontra-se também disponível no Bandcamp dos Steal Your Crown, para os interessados.
Aqui temos dois grandes singles Black Souls e Served Cold que podem ouvir abaixo:



Recentemente os Steal Your Crown actualizaram a sua imagem de perfil do Facebook, será que isto significa novo álbum? Não sabemos, mas esperemos que sim...
Aqui vemos Sagat da série de jogos Street Fighter e o logo da banda também nesse estilo eu enquanto Gamer e fã de Hardcore apoio esta ideia a 100%.


Os Steal Your Crown com os seus trabalhos incríveis e concertos brutais provaram o porquê de serem um dos pesos pesados do Hardcore Português com uma Flawless Victory.
Ao longo dos anos a banda a cada trabalho novo tem-se superado e nota-se uma constante evolução a cada novo lançamento.
Enquanto aguardamos pelo próximo álbum ou novidades dos Steal Your Crown, a 4 de outubro vão ter oportunidade de os ver ao vivo na 9ª edição do Faro Alternativo que terá lugar no ARCM Bar em Faro e que apresenta mais uma vez um cartaz de luxo para os fãs algarvios: 


O Hardcore nacional está vivo e de boa saúde. Se a velha escola com nomes como Steal Your Crown, For The Glory, Devil In Me, Backflip, Grankapo e Last Hope apenas para mencionar alguns, abriram as portas, então a nova escola também não anda a dormir e nomes como Reality Slap, PUSH!, Fear The Lord, Dharma, Take Back, Beneath Shortcurs, Fonte HC, Stand In Front  estão a ajudar a manter o Hardcore nacional vivo e em grande forma.
Para quem for fã de Hardcore recomendo também outro grande concerto e onde eu quero lá estar, o Believe Hardcore Fest que terá lugar no Popular Alvalade, um espaço com uma grande história a nível de concertos e um local bastante aconchegado para voarem rotativos.


Pessoal por mim é tudo por agora, apoiem o Hardcore nacional e vêmo-nos no PIT 👊