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FINAL VEREDICTUM: TOOL - FEAR INOCULUM


13 anos. Em 13 anos Tool deixaram a sua forma física e fundiram-se com a multidão que os abraçou. Tornaram-se uma banda de culto. Este álbum dispensa apresentações e a sua banda ainda menos.
Mas eu também dispenso regras e portanto ora aqui têm dois parágrafos de pura seca de um artigo que podia ser a Wikipedia se a Wikipedia fosse feita por pessoas inconscientes que acham que têm piada.

Tool já marcham há anos suficientes para saberem o que fazem. Mais precisamente, desde 1990. Começaram como uma banda de metal com um pézinho no alternativo e experimental. Hoje, depois de 5 álbuns, são uma banda experimental com um pé no Metal, o que poderá chocar muita gente. 
O som não se alterou, permutou-se. O antigo foi engolido pelo novo como se de antigo se tratasse.
Fear Inoculum é mais um capítulo nessa jornada "oroboronesca".

O conceito do álbum, segundo o guitarrista Adam Jones, é sobre o numero sete, o "número da sorte". Durante o álbum o que não falta são referências a isso, havendo 7 notas em muitos dos riffs e os tempos geralmente batem nos 7. Espero que seja intencional mas não deixa de ser uma curiosidade que advém da incrível capacidade de todos os elementos da banda.

Fear Inoculum começa com o seu single homónimo. Em termos técnicos eu não vou ser exaustivo porque também não sei grande coisa para poder opinar de livre consciência- vamos só dizer que é uma música que sumariza a discografia mais psicadélica dos Tool. É uma porta de entrada excelente à jornada que está para começar e que vai crescendo com a progressão das músicas. No entanto somos logo apresentados a uma das músicas mais pesadas do álbum e uma das mais complexas também. É excelente para apresentar àquele amigo que nunca ouviu Tool o que para aí vem, tem aqui um bom sumário.



Pneuma parecia um Lateralus 2.0... ou melhor, um Lateralus 1.2. Os crescendos, o tema, o reco-reco. É! Até temos direito a reco-reco. É uma música gira para o pessoal que não está para ouvir Lateralus porque está com dores de cabeça porque é igual mas sem a parte metal. Invincible é uma viagem por si. Uma psicadelisse que ninguém aguenta. Muito introspectiva e mais mexida. Houve aqui experiências rítmicas, quiseram brincar mais com as percussões.





Descending e Culling Voices são, para mim, o highlight deste álbum. São a perfeita imensidão e a distópica realidade nuns 23 minutos de pura loucura. Não sobe muito. Baterias e baixo estão no seu prime. Lindas músicas. Descending sendo uma descrição perfeita da capa, uma espiral. Temos aqui uma música de Tool sem tirar nem pôr com mudança de tempo a meio e a intensidade subiu exponencialmente até chegar ao seu clímax onde reflectimos uma certa liberdade, como se vivêssemos um naufrágio e acordássemos depois desse incidente à mercê da maré.
Com Culling Voices, temos os demónios desse mesmo naufrágio a assombrar a mente. Começa com um pad que eu acho entediante, mas que para a história sónica faz sentido. É uma jornada por si só e uma excelente track que me enche.





Chocolate Chip Trip, para além de ter o melhor nome de sempre, é uma faixa de transição mas que é uma "triparia" que não se pode. Quatro minutos de pura loucura. Um dos melhores drum solos de sempre!



7empest é tido por muitos como A música do álbum, é realmente uma das mais experimentais e das mais complexas. É um quarto de hora de pura viagem. O sete aqui reflete-se bastante e o "here we go again" descreve bem o que eu senti ao ouvir esta faixa. Estamos a descer outra vez a espiral com riffs mais pesados. É a música que cimenta o que os fãs de Tool queriam ouvir, vocais soltos, baixo sólido, baterias energéticas e uma guitarra que desenvolve a ação. Temos aqui uma receita de sucesso. Infelizmente os Tool quebram sempre o molde.





Depois de 13 anos, Tool revelam um dos albuns mais falados do ano. Há quem o ache enfadonho e de dificil audição. Eu prefiro o termo "pseudo-erudito". É um álbum para fãs e pouco mais. Não tenta mostrar muito mais do que já foi mostrado e soa-me a uma viagem mais madura do que os anteriores. Querem ouvir Tool? Recomendo o clássico Lateralus ou 10,000 days que continuam a ser magnum opus daquela banda. Este é mais um álbum para fãs. 
Ainda assim é um excelente álbum e eu sendo fã de Tool, claro que gostei.