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Final Veredictum: Destroyers Of All - The Vile Manifesto


The Vile Manifesto é o segundo álbum dos Destroyers Of All, banda oriunda de Coimbra que pratica progressive Death Metal com muitas injecções de Thrash.
A banda é composta por João Mateus (vocalista), Alexandre Correia e Guilherme Busato (guitarristas), Bruno da Silva (baixista) e Filipe Gomes (baterista).
Até agora The Vile Manifesto é o seu terceiro trabalho de estúdio sendo que em 2013 lançaram o EP Into The Fire e estrearam-se nos álbuns em 2016 com Bleak Fragments que na altura surpreendeu-me bastante pela positiva.
Vejamos se The Vile Manifesto consegue superar o anterior e com que armas vêm carregados os Destroyers Of All desta vez:

Tohu Wa-Bohu é hebraico para a inexistência do universo e significa vazio.
Logo nesta primeira música os Destroyers Of All entram a rasgar e aqui já se notam os característicos riffs de Thrash Metal que fazem parte da sua sonoridade.
Blast beats por parte da bateria de Filipe Gomes fazem com que nos embrenhemos na escuridão para onde nos querem levar e adoro também o facto da música acabar de forma abrupta, deixando-nos no vazio.
A capacidade de composição musical e forma como combinam voz e instrumentos, mostra-nos também que existe uma grande simbiose entre todos os membros da banda.



False Idols começa com guitarras distorcidas e é muito mais veloz do que a anterior, esta é uma música que oscila muito entre o Death e o Thrash rapidamente, expondo a versatilidade e técnica acutilante que os Destroyers Of All possuem.
A meio de False Idols somos brindados com grandes solos de guitarras distorcidas que ao vivo devem originar uns circle pits tremendos.
Gostei também bastante das letras negras e antémicas desta música e por isso tomem lá o Lyric Video com visuais brutais para verem do que falo.


Destination: Unknown é uma faixa surpreendente que felizmente e para meu agrado não se leva demasiado a sério, apesar de toda a agressividade sonora que lhe reconheço tem ali um momento de leveza de espírito que me fez soltar uma gargalhada e isso é uma first, acho que nunca nenhuma música de Death Metal me fez rir até agora...

Break The Chains começa logo com um grande riff de guitarra e umas excelentes bass lines e mais uma vez é uma música caótica do ínicio ao fim e onde existem muitas dinâmicas e oscilações rítmicas. 
Diferentes técnicas vocais que mostram o canivete suíço que João Mateus possui na sua garganta capaz de se transmutar ao longo da mesma música de forma camaleónica.

The Elephant's Foot mostra as tendências mais Prog dos Destroyers Of All onde combinam o seu Death Metal com umas sonoridades mais psicadélicas e fazem-me lembrar em momentos Mastodon.
Apesar desta salada de fruta de géneros os Destroyers Of All conseguem trazer mais uma grande música com a agressividade e pujança que colocam em todas as músicas.

The Death Valley é uma faixa que surge das profundezas e que é assumidamente Death do mais puro é aqui que todo o negrume de Destroyers Of All se avulta numa melodia sombria e desconcertante.

Sheol é hebraico para mundo dos mortos e se The Death Valley é o caminho para lá então Sheol é a chegada é que aqui mais uma vez os Destroyers Of All não perdoam e esta é uma das faixas mais poderosas de todo o álbum e temos até aqui alguns derrames de Black Metal numa faixa muito coesa e super bem conseguida.


Ashmedai ou Asmodeus é o príncipe dos demónios e é mais uma faixa demolidora onde o Death Metal é rei.
Aqui os instrumentais são aguçados e demoníacos à semelhança da letra que é expurgada por João Mateus e ao longo da música toda a componente instrumental e vocal alia-se ao serviço de Asmodeus pois parece mesmo que estão possuídos, a julgar pelo carvão que é esta música.

Hellfall encerra o álbum e nesta os Destroyers Of All optam por fechar em grande com uma malha de Thrash antémica e contagiante.

Kill The Preacher é uma faixa bónus que é completamente distinta de tudo o que encontramos neste álbum mas que não deixa de ser uma excelente malha.

The Vile Manifesto é um sucesso incontestável.
 Vil, demoníaco, caótico, negro, agressivo, veloz e surpreendente são algumas das palavras que encontro para descrever este álbum.
Se em 2016 com Bleak Fragments os Destroyers Of All já me tinham conseguido cativar várias audições, então com este The Vile Manifesto ganharam um fã acérrimo, ansioso por os ver ao vivo.
Se tudo correr bem, estarei presente no Oeste Underground Fest IV que se realiza no pavilhão Multiusos da Malveira.
Estive presente na edição de 2015 após ter ganho um passatempo e adorei, considero que este é o festival perfeito para encontrar bandas mesmo dos confins do underground nacional e internacional e uma excelente oportunidade para ouvir bandas que já nos conquistaram.
Este ano quero ir mais por Destroyers Of All e Dharma mas estou curioso por ver Valafar, Gwidion, Corpus Christii e Basalto, além destas não tenho a menor dúvida que vou conhecer bandas novas neste cartaz de que me vou tornar fã e por isso convido-vos a juntarem-se a esta festa do Metal também!


São poucas as bandas de Death Metal nacionais que me conseuguiram captar a atenção até agora mas de momento no meu Top 3 encontram-se Destroyers Of All, Okkultist e Infraktor.
The Vile Manifesto é um álbum capaz de definir uma carreira, acredito mesmo que este pode ser o álbum que catapultará os Destroyers Of All para um maior reconhecimento tanto a nível nacional como internacional, porque sem dúvida as provas estão dadas.