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Top 10 melhores de 2021 - Luís Valente


Aproximamo-nos cada vez mais do fim do ano, foi um ano atípico tal como o anterior, mas resistimos, apesar de todas as dificuldades e problemas que encontrámos pelo caminho.
O setor da cultura foi novamente um dos mais afetados e apesar de se vislumbrar uma luz ao fundo do túnel quando os concertos regressaram essa luz parece estar a voltar a desvanecer-se e isto tem sido cíclico.
No entanto, fazendo um breve balanço, foi um ano produtivo, foi um ano onde vimos alguns regressos inesperados de artistas que já não lançavam trabalhos há imenso tempo e acima de tudo foi um ano de surpresas.
Apresento-vos os meus 10 álbuns favoritos de 2021.

10- Rivers Of Nihil - The Work


The Work é o surpreendente sucessor do estonteante "Where Owls Know My Name" o álbum de estreia dos Rivers Of Nihil.
Após terem feito furor com este primeiro trabalho a banda regressou em 2021 com este "The Work" onde exploraram novos territórios e na minha opinião superaram todas as expectativas com um álbum que demonstra peso, técnica, variedade e inovação, ingredientes que lhes garantiram o décimo lugar na minha lista de melhores trabalhos do ano.

9- The Voynich Code - Post Mortem


Os The Voynich Code são uma das bandas portuguesas que mais me têm surpreendido com a sua discografia e este novo EP é uma lufada de ar fresco no Deathcore, um álbum que traz enormes mudanças em relação ao seu trabalho anterior "Aqua Vitae" e que lhes garantiu o nono lugar na minha lista de melhores trabalhos do ano.
Em Post Mortem a banda agarra-nos do início ao fim com 5 músicas implacáveis repletas de breakdowns, pesadas quanto baste e com uma técnica surpreendente.

8- Inhuman Architects - Paradoxus 


Os Aliens vieram visitar-nos e este Paradoxus é nada mais do que uma obra prima no que ao Deathcore nacional diz respeito.
"Paradoxus" é um álbum cru e visceral que surpreende a cada audição e que rodou inúmeras vezes durante 2021.
Os Inhuman Architects mostram que são um dos nomes a seguir no panorama nacional não só em estúdio como também ao vivo com um espetáculo incrível e que nos faz acreditar que há vida noutros planetas, pois o peso que trazem em "Paradoxus" não pode pertencer a este planeta.


7- Whitechapel - Kin


"Kin" é o sucessor de "The Valley" e se "The Valley" tinha sido um álbum bastante pessoal, "Kin" consegue ser ainda mais.
Phill Bozeman é um vocalista inacreditável com os low growls mais cavernosos do Deathcore e em Kin consegue trazer ainda a melodia dos seus vocais limpidos.
A melodia e o peso de Kin fazem-nos sentir de uma forma incrível e "Kin" é um álbum que mexeu comigo a vários níveis.
Num ano de emoções fortes posso ainda afirmar que "Kin" foi um porto de abrigo nos momentos mais difíceis.

6- The Plot In You - Swan Song 


"Swan Song" era para mim um dos álbuns mais aguardados do ano e se o anterior álbum da banda "Dispose" já tinha sido uma incrível revelação, este "Swan Song" traz aqui todos os elementos que eu procuro num álbum de Metalcore e traz ainda uma sedução que eu não estava à espera.
Tenho vindo a acompanhar a carreira a solo do seu vocalista Landon Tewers com bastante atenção, mas era dos The Plot In You que eu aguardava um novo trabalho e este "Swan Song" não só me surpreendeu como conseguiu superar as expectativas.
Um álbum muito especial que mostra uma maturidade da banda e da sua sonoridade e que eu recomendo vivamente.

5- Beartooth - Below


Confesso-vos que estive indeciso na atribuição do quinto lugar, entre "Below" e o "Swan Song" sobre qual deles gostei mais mas este "Below" é um regresso em grande forma dos Beartooth, um regresso às origens de "Disgusting", após um Disease que não me trouxe nada de novo e que não me marcou de forma alguma.
"Below" é um álbum em que os Beartooth finalmente revelam as suas verdadeiras cores e que nos mostram toda a sua capacidade de nos entregar um trabalho consistente, surpreendente, repleto de melodia e simultaneamente pesado quanto baste.
Os Beartooth com este álbum alcançaram um novo patamar no panorama do Metalcore mundial e mostram-nos que o Rock'n'Roll vive.
Caleb Shomo revelou numa entrevista que a sua maior referência é Lemmy Kilmister dos Motorhead e ao ouvirmos este álbum percebemos que o seu espírito permanecerá para sempre como uma referência na música pesada.

4 - Architects - For Those That Wish To Exist 


"For Those That Wish To Exist" é um álbum completamente diferente de tudo o que os Architects fizeram ao longo da sua carreira.
Os Architects com este novo trabalho invocaram aqui novas sonoridades que não estávamos preparados para ouvir da sua parte e a banda mesmo assim arriscou e eu louvo-os por isso.
"Holy Hell" o álbum anterior da banda permanece na minha opinião como o trabalho mais coeso e o meu favorito na sua discografia, mas este "For Those That Wish To Exist" traz aqui novidades que eu gostei imenso de ouvir, a banda demonstra uma maior maturidade e uma vontade de explorar novos territórios, sem nunca esquecer a sua essência e isso é algo que eu aprecio bastante.
É um álbum que conta com várias participações especiais mas para mim há uma que sobressai, Winston Mccall, para mim ver Architects a tocar com o vocalista de Parkway Drive foi um sonho tornado realidade.

3- Gojira - Fortitude


Por onde começar...
Os Gojira são uma das minhas bandas favoritas e "Fortitude" é mais uma obra prima dos franceses.
"From Mars To Sirius" continua a ser o meu álbum favorito da sua discografia juntamente com "L'Enfant Sauvage" mas este Fortitude vê os Gojira a mostrarem o porquê de serem um dos maiores nomes no Metal atual.
A banda não só tem um som incomparável e que lhes é automaticamente reconhecível como sendo Gojira e que não é rotulável, como consegue fazer-nos pensar e refletir, trazendo-nos uma mensagem importantíssima e que requer toda a nossa atenção, quer estejam a falar sobre os problemas climáticos ou sobre a subjugação de um povo por outro que se considera superior os Gojira têm impacto em todas as suas letras e secções instrumentais e todas as músicas de "Fortitude" servem um propósito.

2 - Spiritbox - Eternal Blue


"Eternal Blue" era o meu álbum mais aguardado de 2021 esteve durante grande parte do ano na minha primeira posição como meu álbum favorito, mas houve um que o superou.
Para disco de estreia os Spiritbox mostram-nos o porquê de todo o destaque viral que tiveram no Metalcore mundial e o porquê de serem uma das bandas mais promissoras apesar da sua ainda curta carreira.
Eternal Blue é um álbum que me marcou imenso e que me fez sentir de tantas formas diferentes.
É um excelente álbum de Metalcore mas é também um grande exemplo de que com esforço e dedicação uma banda desconhecida pode singrar, mas não basta talento é necessário ouvir os fãs, mas acima de tudo ouvirem-se a eles próprios e fazerem o álbum que faz sentido para a banda. 


1- Redemptus - Blackhearted


Só pode haver um álbum do ano, e em 2021 o meu álbum do ano é o "Blackhearted" dos Redemptus.
É raro uma banda conseguir-me marcar da forma que esta banda me marcou, eu não conhecia nada de Redemptus e foram os meus amigos Daniel Makosch da Raging Planet e o Bruno Sugere que me recomendaram ir ouvir esta banda.
Comecei por "Every Red Heart Fades To Black" e demorou a entrar confesso-vos, é uma sonoridade completamente diferente daquilo a que estou habituado, mas assim que entrou fui ouvir o "We All Die The Same" e hoje tenho todos estes álbuns de Redemptus e oiço-os de fio a pavio e adoro!
Quando saiu o "Blackhearted" foi incrível a primeira audição eu fiquei boquiaberto com o negrume e claustrofobia que senti com este álbum.
Foi como se a banda me agarrasse pela garganta e me fizesse pensar sobre tudo o que vivi durante os momentos de maior sofrimento da minha vida e posso dizer-vos, este álbum ajudou-me a lidar com a depressão e a perceber que não há mal nenhum em sofrermos e procurarmos ajuda.
O "Blackhearted" é um álbum inigualável e por isso é sem sombra de dúvidas o meu álbum do ano de 2021.